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I SÉRIE — NÚMERO 107

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superficiais e subterrâneas, aumentam a taxa de perda de biodiversidade e provocam a falência dos solos. A

qualidade do solo, com a sua enorme capacidade de retenção de carbono e de água, não pode continuar a ser

negligenciada.

Quanto à resposta aos impactos esperados da crise climática, no que diz respeito à diminuição da

precipitação média nas próximas décadas, as políticas deste Governo, com o apoio do Parlamento, têm passado

por aumentar a produção e exportação de gado à custa do erário público. Sempre com o discurso ilusório de

que estes negócios são necessários para o desenvolvimento e o crescimento do País, mas nunca internalizando

custos nem prestando contas ao valor económico dos ecossistemas, que se esgotam.

Quanto a informar os cidadãos sobre a pegada hídrica da produção de alimentos no nosso País, o Sr. Ministro

do Ambiente fica em silêncio. Já o Sr. Ministro da Agricultura festeja. Para fechar com chave de ouro esta

Legislatura perdida na promoção e desenvolvimento da agricultura biológica, o Sr. Ministro da Agricultura

marcou presença, há uns dias, numa corrida de touros, na companhia de quem mais ama: o Sr. Presidente da

CAP (Confederação dos Agricultores de Portugal).

Ao estado a que chegámos, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Primeiro-Ministro! O mesmo homem a quem a Nação

confia a tutela da proteção e bem-estar dos animais é o mesmo que se diverte com o seu massacre e protege

os seus agressores.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Está aí uma coligação promissora!

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Em nome do Governo, tem a palavra o Sr. Ministro do Trabalho,

Solidariedade e Segurança Social.

O Sr. Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (Vieira da Silva): — Sr. Presidente, Sr.as e

Srs. Deputados: Debater o estado da Nação é debater o bem-estar das mulheres e homens que a fazem existir.

E nas nossas sociedades o nível de bem-estar não pode ser avaliado sem deixar de considerar no seu centro o

emprego — do emprego que existe ou do emprego que falta. Outros fatores são muito importantes, mas, quando

falha o emprego, quase tudo falha no bem-estar social.

Aplausos do PS.

Falemos de emprego e falemos de factos.

De facto, segundo os dados mensais do Instituto Nacional de Estatística (INE), há cerca de mais 350 000

empregos do que no início da Legislatura. Alguns dirão que são apenas números que não nos mostram a

realidade toda. É verdade, mas estes números também querem dizer que existem menos 279 000 mulheres e

homens na situação de desemprego, menos muitos milhares de famílias sem rendimentos do trabalho, mais

vários milhares de cidadãos, em idade ativa, que voltaram a acreditar que tinham a possibilidade de aceder ao

direito ao trabalho.

Mas o emprego que hoje temos também se traduziu num poderoso elemento de recuperação da coesão

social e da coesão territorial. Porque são menos 230 000 os desempregados de longa duração e mais 50 000

os empregos jovens que existem. Porque diminui em 127 000 o desemprego feminino e aumentou em 311 000

o trabalho a tempo completo, segundo os dados trimestrais do INE. Porque o desemprego diminui em todo o

território nacional, todas as regiões do País diminuíram o desemprego entre 30% a 50%.

Aplausos do PS.

Esta é também a realidade do estado na Nação.

Sim, ao contrário do que profetizava a direita em 2015, esta maioria e este Governo não aumentaram o

desemprego, antes ajudaram a criar, como nunca em tão curto espaço de tempo, centenas de milhares de

postos de trabalho.

Aplausos do PS.