24 DE SETEMBRO DE 2020
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Por onde andava o Primeiro-Ministro que temos quando o Governo que temos não regulamentou a
compensação aos trabalhadores do SNS envolvidos no combate à pandemia, como a lei lhe impunha que
tivesse feito, até há um mês?! Os soldados anónimos da linha da frente nunca esquecerão os que deles se
esqueceram, ou não!
A propósito de visão estratégica falou o seu ex-Ministro da Saúde, quando aconselhou a «alinhar o
discurso político com a realidade», ou seja, a abandonar a narrativa fantasiosa do «país das vacas que voam»,
que o mesmo é dizer «haja alguém que nos governe».
Já passámos por todos os estados — de calamidade, de emergência, de contingência —, estamos agora
entregues ao estado a que isto chegou! Mas o compromisso do PSD mantém-se, primeiro com Portugal e,
exclusivamente, com os portugueses, sem deixar ninguém para trás.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Luís Testa, do Grupo Parlamentar do PS.
O Sr. Luís Moreira Testa (PS): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: Tenho aqui um conjunto de questões para colocar ao Sr. Primeiro-Ministro, mas, antes, gostaria de fazer um
comentário sobre a intervenção que me precedeu.
A intervenção que me precedeu, bem escrita, bem articulada, bem vocalizada, não passa de uma miríade
na cabeça do Sr. Deputado, que mais não é do que um desejo que o Sr. Deputado gostaria que se verificasse
na vida de todos os portugueses.
Portugal é um país que se tem levantado todos os dias para combater, exatamente, o estado a que isto
chegou.
Sr. Primeiro-Ministro, Portugal é um país desequilibrado há décadas. Esse desequilíbrio tem razões
históricas, umas mais profundas do que outras. O Governo que V. Ex.ª lidera, e que iniciou funções na última
Legislatura, tem combatido, de forma eficaz, algumas dessas assimetrias, mas existem outras que são mais
resistentes, porque mais profundas. E essas, que são mais resistentes e têm raízes mais profundas, têm,
primeiro, despovoado o interior do País, seguidamente, têm colocado pressão sobre as grandes cidades e
têm-se traduzido numa dificuldade de utilização global dos recursos nacionais, porque a capacidade de
explorar esses recursos está concentrada nas regiões contrárias àquelas em que residem esses mesmos
recursos que permanecem no território.
Este plano que hoje nos é trazido aqui, à Assembleia da República, pelo Governo de V. Ex.ª robustece de
forma evidente a resposta que é dada desde o início da última Legislatura e que, mais do que política, é uma
resposta eficaz no terreno.
Se temos um país desequilibrado, onde, por um lado, temos força capaz de transformar a realidade e, por
outro, noutra dimensão, temos recursos por explorar, é preciso conjugar estas duas realidades para que
possamos utilizar, na sua plenitude, os recursos que estão ao nosso dispor, criar cadeias de valor,
reindustrializar e criar competitividade, de uma forma global, utilizando também aquilo que chamamos, porque
o é, o interior do País.
Saudamos a forma eficaz como isto tem sido abordado, a forma como esta questão tem sido delimitada na
ação política e, sobretudo, como tem constituído um pilar fundamental na visão de futuro que temos de ter
para o País.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Mariana Silva, de Os Verdes, para uma intervenção.
A Sr.ª Mariana Silva (PEV): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Primeiro-Ministro: Nas sugestões apresentadas pelo Prof. Costa Silva para o plano de recuperação económica
de Portugal 2020-2030, traduzidas em propostas de financiamento no plano de recuperação e resiliência,
apresentado pelo Governo, promete-se o reforço do Serviço Nacional de Saúde e a aposta na ferrovia.