I SÉRIE — NÚMERO 6
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representatividade, engrandecem a democracia representativa. Contra tudo isso, quero afiançar-vos, em nome
do Bloco de Esquerda, que a nossa consciência cívica nos impõe resistir e dizer «não» a estas vossas manobras.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem novamente a palavra o Sr. Deputado Duarte Pacheco, do Grupo Parlamentar do PSD.
O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Sr. Presidente, não pedi a palavra!
O Sr. Presidente: — Ah não? Não fala? A informação que tínhamos na Mesa é de que se estava a inscrever para intervir…
O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Ele já disse muitas coisas!
O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Se quiser posso dizer mais!
O Sr. Presidente: — Bem, nesse caso, tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado Pedro Delgado Alves, do Grupo Parlamentar do Partido Socialista.
Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Muito brevemente, para concluir o debate, quero deixar duas ou três notas.
Em primeiro lugar, quero assinalar que, em relação ao âmago da proposta inicial e das propostas de alteração
aqui assinaladas, o facto de haver petições que demoram mais de um ano a ser agendadas e discutidas e haver
cidadãos que ficam sem resposta atempada às suas preocupações, aparentemente, ninguém está preocupado
com este problema. Mas este é o problema que está na base deste agendamento, este é o problema que está
na base da revisão do regime das petições: garantir aos cidadãos, em tempo útil, uma resposta àquilo que
peticionam ao Parlamento.
Por outro lado, também é de estranhar que, aparentemente, e ficámos hoje a saber, o trabalho em comissão
não é trabalho político! Não tem trabalho político, não tem debate político, não tem representação dos partidos
políticos! Aparentemente, como dizia o Sr. Deputado José Manuel Pureza, é uma degradação em trabalho
técnico. Ora, Sr. Deputado, não é isso que fazemos nas comissões, e se queremos valorizar todo o trabalho
parlamentar, incluindo o muito trabalho que se tem feito nas comissões parlamentares, não vejo nenhuma
indignidade em garantir que sejam as comissões a dar uma resposta e fazer o debate que os cidadãos pedem
quando se dirigem à Assembleia, de forma mais célere do que a que temos atualmente.
Por outro lado, e respondendo ao Sr. Deputado António Filipe, brevemente, diria que a possibilidade que
introduzimos de permitir convolar as iniciativas legislativas dos cidadãos é, precisamente, para que os cidadãos
não fiquem sem resposta porque recorreram erroneamente ao mecanismo da iniciativa legislativa quando a lei
não o permite. Temos até um caso em discussão neste momento em que os cidadãos peticionaram a alteração
ao Acordo Ortográfico. Não é viável. Convolar em petição acautela melhor a posição dos cidadãos. E também
o agendamento urgente visa, precisamente, garantir, objetivamente, que um assunto que diga respeito a um
evento concreto no tempo não seja discutido meses ou anos depois desse momento.
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, tem mesmo de concluir.
O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — Vou terminar, Sr. Presidente. Finalmente, Sr. Deputado Telmo Correia, o epíteto salomónico não é negativo. O epíteto salomónico puxa
pela justiça e pelo equilíbrio e é isso que se procura acautelar desta forma, com estas propostas de alteração,
para que as pessoas tenham uma resposta mais rápida e o Parlamento diga aos cidadãos o que eles pretendem
ouvir, que é uma posição sobre as suas petições.