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8 DE OUTUBRO DE 2020

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Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para responder, tem a palavra, em nome do Governo, o Sr. Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira.

Faça favor, Sr. Ministro.

O Sr. Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital (Pedro Siza Vieira): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Porfírio Silva, muito obrigado pelas suas questões.

A história que o Sr. Deputado começou por contar na sua intervenção é uma história exemplar, a história de

Portugal como país produtor de bicicletas numa região onde se concentra conhecimento, experiência, mas onde

se conjugaram, nos últimos anos, inovação e qualificações para converter um dos produtos mais tradicionais e

mais básicos da mobilidade humana num produto inovador, fortemente exportador e orientado para os mercados

internacionais.

É verdade que Portugal é o maior produtor de bicicletas da Europa, mas não se limita a produzir bicicletas.

Nas nossas bicicletas foram incluídos novos elementos como a mobilidade elétrica, como a gestão de redes de

bicicletas de uso partilhado, com a incorporação de tecnologias digitais. Isto faz-se porque se conjuga

capacidade industrial com qualificações, cada vez maiores, da nossa população e com a capacidade, também,

de incorporar conhecimento, que se traduz em valor que chega ao mercado dos clientes dos nossos industriais.

A história de Águeda é particularmente impressiva porque, de facto, a mobilidade suave, hoje em dia, está a

conhecer uma procura acrescida nos mercados mundiais. Mas aquilo que se passou em Águeda com as

bicicletas, na verdade, está a passar-se um pouco por toda a indústria e com toda a economia portuguesa.

A excelência dos nossos produtores industriais, a excelência das nossas capacidades na gestão de redes,

das nossas capacidades na engenharia, da nossa capacidade na produção de máquinas e equipamentos

industriais e de tecnologias de produção, conjugando equipamentos com a digitalização, tudo apoiado por um

sistema científico e tecnológico francamente inovador e reconhecido internacionalmente, teve hoje mesmo o

símbolo dessa sua excelência internacional. Foi hoje noticiado que a Hannover Messe, a maior feira mundial da

indústria, que todos os decisores da indústria visitam anualmente para tomarem as suas decisões de

investimento, para contactarem os mais sofisticados fornecedores, para serem capazes de identificar as

tendências da indústria do futuro, selecionou Portugal para ser o país parceiro na sua edição de 2022.

Não é suficiente assinalar a importância que esta notícia tem para os nossos industriais, para a nossa

engenharia, para os nossos trabalhadores, deve-se, sim, assinalar a forma de levar a excelência da nossa

capacidade industrial ao primeiro palco mais importante, mais visível da indústria mundial.

Ao longo do próximo ano, Portugal, juntamente com a Hannover Messe, estará a espalhar pelo mundo aquilo

que são as capacidades das nossas empresas e ajudará, portanto, Portugal a crescer naquilo que tem sido um

movimento muito importante nos últimos cinco anos: cada vez mais exportações, cada vez mais exportações de

produtos mais complexos, porque incorporam conhecimento e inovação.

E esta notícia é tanto mais importante e tanto mais simbólica — e prende-se melhor com os temas que o Sr.

Deputado lançou na sua intervenção — quando surge no momento em que, na Europa, se coloca a questão da

reindustrialização, da capacidade que a Europa tem de ter para ultrapassar a sua dependência de fornecedores

de componentes críticos ou de produtos críticos de outras regiões do mundo e de aproximar do grande centro

de consumo, do grande mercado mundial que é a União Europeia, aquilo que é a capacidade de produção

desses recursos críticos.

Afirmarmos a excelência da produção nacional neste contexto é maximizar as oportunidades de atrairmos

investimento e de conseguirmos melhorar as nossas exportações.

Mas vou ainda dizer mais: não só temos já as capacidades existentes, que podem beneficiar desta grande

oportunidade de promoção externa, como também temos, agora, recursos muito importantes para melhorarmos

aquilo que é a nossa especialização internacional para crescermos na cadeia de valor. Os recursos que o

programa Next Generation EU coloca à disposição das nossas empresas e que, no caso do plano que estamos

a esboçar, e que colocámos à discussão pública, mobiliza recursos muito importantes para a adaptação da

nossa indústria e das nossas empresas aos desafios do futuro, vão permitir precisamente apoiar projetos que

sejam capazes de mobilizar o melhor conhecimento que existe no nosso sistema científico e tecnológico e nas