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8 DE OUTUBRO DE 2020

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Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr.ª Deputada, vai-me desculpar, mas não pode ser. Não pode ser assim.

O Sr. Adão Silva (PSD): — Sr. Presidente, peço a palavra.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para que efeito, Sr. Deputado?

O Sr. Adão Silva (PSD): — É também para uma interpelação à Mesa.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr. Deputado, tem a palavra, mas agradecia-lhe que terminássemos com este incidente o mais rapidamente possível.

O Sr. Adão Silva (PSD): — Sr. Presidente, a última coisa que quero é prolongar o debate num tema lateral. É só para dizer ao Sr. Presidente que as intervenções dos colegas do PSD estão absolutamente centradas

neste debate e o Partido Socialista, se achava que devia deixar intervir a Sr.ª Deputada, deveria tê-lo feito e não

fazer a ocupação do tempo da forma como fez.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Obrigado, Sr. Deputado, está claro.

O Sr. Adão Silva (PSD): — O debate é do Partido Socialista também e eles lá sabem.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Vamos passar à intervenção do Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda. Para o efeito, tem a palavra, em primeiro lugar, a Sr.ª Deputada Fabíola Cardoso.

A Sr.ª Fabíola Cardoso (BE): — Sr. Presidente, começo por cumprimentar o Sr. Primeiro-Ministro, o Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, demais Membros do Governo e todas as pessoas presentes,

após o longo debate que precedeu este.

A agenda do Conselho Europeu, que debatemos aqui, inclui as alterações climáticas.

As mudanças no clima são, neste momento, evidentes em todo o mundo. Nas duas últimas décadas

estiveram 18 dos anos mais quentes de que há registo. Os fenómenos meteorológicos extremos, como incêndios

florestais, ondas de calor e inundações repetidas, estão a tornar-se mais frequentes e graves, com

consequências nefastas para toda a vida na terra.

A avaliação de impacto da Comissão concluiu que uma redução de 55% nas emissões de gases com efeito

de estufa até 2030 seria suficiente, mas, de acordo com o Relatório sobre a Lacuna de Emissões da ONU 2020,

o planeta está a caminho de um aumento de temperatura global de 3,2 °C, mesmo que os países cumpram os

compromissos do Acordo de Paris. A Comissão recusou-se a seguir a ciência, fixando-se em insuficientes 55%

de redução na emissão de gases com efeito de estufa.

O Parlamento Europeu aprovou, ontem, uma meta de redução de emissões de 60% — melhor, mas ainda

insuficiente.

A mensagem é clara: os Eurodeputados — exceto os do PSD e do CDS, que votaram contra —, querem

melhorar a proposta da Comissão. O Bloco de Esquerda defende que a transição deve ser socialmente justa e

inclusiva, e, para isso as evidências científicas devem ser priorizadas face aos interesses comerciais.

Apoiamos uma redução de emissões de 70% para 2030 e o fim dos subsídios aos combustíveis fósseis.

Consideramos que só com uma política agrícola comum e uma política europeia de florestas que sejam aliadas

da descarbonização e promovam o aumento das capturas naturais de dióxido de carbono poderemos evitar o

caos climático.