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I SÉRIE — NÚMERO 18

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O Sr. Afonso Oliveira (PSD): — Muito bem!

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Gostava de saber se já percebeu isso ou não, porque isso parece muito evidente.

De resto, é curioso que nessa sua troca o senhor ignore completamente que não nós, e já explicarei

porquê, mas o próprio PSD, de alguma forma, lhe fez uma proposta de diálogo, de conversação. O Sr.

Primeiro-Ministro ignorou-o totalmente, contradizendo o seu discurso da tal grande necessidade de unidade do

País para fazer frente à crise.

O seu remoque sobre os quinzenais, e não é nada comigo, Sr. Primeiro-Ministro, ficou-lhe mal, porque é

certo que o PSD serviu para acabar com os debates quinzenais. O senhor é pobre e mal-agradecido, Sr.

Primeiro-Ministro! O senhor, desse ponto de vista, é pobre e mal-agradecido.

Mas já que estamos a falar de outros partidos, queria ainda dizer-lhe que a ideia que fica é a de que, de

facto, os senhores, da primeira vez que foram para o Governo, herdaram um País em que o défice estava

controlado,…

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — É verdade!

Protestos do PS.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — … e estava nos 3%, em que os esforços e os sacrifícios que tinham de ser feitos já tinham sido feitos e em que a economia já estava a crescer…

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Exatamente! E o desemprego a descer!

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — … e o desemprego a descer. Foi por isso que foi possível, durante algum tempo, ter uma maioria de esquerda — o tal novo modelo —, que distribuía algumas benesses e ia

dando para distribuir dinheiro. Agora, que já não há muito para distribuir, agora, que é mais difícil, Sr. Primeiro-

Ministro, lá se vai a sua maioria, lá se vai a sua grande opção. E a verdade, Sr. Primeiro-Ministro, é que foi

curioso ir até aos nomes em concreto. Foi muito curioso. Sabe porquê? Porque bastará que o PCP dê uma

instrução aos Verdes para não votarem da mesma maneira no final, o que não é impensável, para que o seu

grande projeto da grande maioria de esquerda fique refém de uma dissidente de um partido radical e de uma

cisão num partido animalista. É isto que sobra da sua grande maioria de esquerda e do seu grande projeto de

esquerda.

Protestos de Deputados do PS.

Porquê? Porque o senhor criou um modelo em que tudo está dependente de uma negociação permanente,

de uma negociata permanente, do «dá isto para aquele sindicato», «dá isto para os outros»…

Protestos de Deputados do PS.

Isto, obviamente, tem um limite e é por isso que aqui chegamos com uma ideia de fim de ciclo.

A mim, não me interessa, sequer, saber, Sr. Primeiro-Ministro, de quem é a culpa. Não me interessa! Se a

culpa é do PS, se a culpa é do Bloco de Esquerda é-me absolutamente indiferente, mas, já agora, pergunto-

lhe: o senhor só percebeu agora que a postura do Bloco era oportunista?!

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Exato!

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Nunca deu por isso antes?!

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Exato!