I SÉRIE — NÚMERO 21
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É por isso que o Governo emitiu um parecer favorável à proposta de decreto do Sr. Presidente da República,
hoje e aqui em apreciação. O Governo manifesta o seu reconhecimento pela circunstância de mais de 90% dos
Deputados da Assembleia da República manifestarem uma posição que se traduz na viabilização deste segundo
período de estado de emergência.
A certeza que temos é a da que esta será uma batalha longa, uma batalha pela liberdade, pela saúde e pela
vida.
Estivemos aqui no dia 6 de novembro a discutir um primeiro período de estado de emergência. Desde então,
em todo o mundo, 7 milhões de casos acresceram aos 50 milhões que então se registavam e mais 110 000
vidas foram perdidas um pouco por todo o mundo.
No quadro europeu, a União Europeia mobiliza-se para encontrar aquela que será a resposta, numa
mobilização de meios coordenada na aquisição de vacinas que desejamos, já no início do ano, também em
Portugal, sejam acessíveis, criando um quadro de esperança para ultrapassar a pandemia.
Aplausos do PS.
Muitos Deputados que, presencialmente, assistiram ontem à avaliação feita no Infarmed pelos especialistas
aquilo que verificam é um quadro em que é óbvio que só a sustentabilidade, só a persistência na adequação de
medidas que efetivamente reduzam os contágios, que reduzam os contactos promotores desses contágios,
permite uma resposta que se traduza numa sustentada redução dos casos, numa sustentada redução dos
internamentos, numa sustentada redução dos óbitos. É essa persistência, é essa resiliência coletiva — e os
portugueses acolheram de forma exemplar, no último fim de semana, aquilo que são medidas difíceis — que se
exige aqui dos responsáveis de todas as bancadas.
É por isso que, quando o quadro que temos é o de, nos próximos dias, serem atingidos níveis extremamente
elevados, quer de casos verificados, quer de projeções, nas próximas semanas, de um nível muito preocupante
de óbitos, temos de dizer: «Sim, é necessário não desistir!» É essa a nossa solidariedade com todas as vítimas
desta doença e com todos aqueles que, no Serviço Nacional de Saúde, nos protegem e defendem em cada dia
a nossa saúde, a nossa vida, a nossa liberdade.
Aplausos do PS.
No dia 2 de novembro, 121 municípios foram colocados num quadro de aplicação de medidas mais restritivas;
no dia 12 de novembro, esse quadro de restrições, ao abrigo do estado de emergência, foi alargado para 191
municípios; em relação aos dados neste momento disponíveis, o quadro que temos é o de que esse número de
municípios irá quase ultrapassar, certamente, as duas centenas. Por isso, sim, é necessário continuar a fazer a
diferenciação que, desde sempre, foi feita na adoção de medidas.
O Governo assumiu sempre plena e atempadamente as suas responsabilidades. Fizemo-lo em março, antes
do primeiro período da declaração do estado de emergência, fechando as escolas, aplicando a cerca sanitária
em Ovar, tomando corajosas medidas preventivas. Fizemo-lo, sem estado de emergência, em julho e em agosto
com as medidas que foram tomadas relativamente a 19 freguesias de cinco municípios da Área Metropolitana
de Lisboa.
Por isso, apoiamos também esta declaração do estado de emergência, que cria o quadro legal indispensável
exclusivamente àquilo que são medidas restritivas de direitos, liberdades e garantias.
O Governo prossegue medidas, e tem-no feito, que combatem a pandemia, tais como a aplicação de
mecanismos de realização de rastreios, recorrendo a profissionais fora da área da saúde. Por isso, em menos
de duas semanas, quase um milhar de funcionários públicos, profissionais das forças de segurança, das Forças
Armadas ou agentes de proteção civil estão já a receber formação para a realização de rastreios.
Mais, estão também já a ser tomadas todas as medidas necessárias para programar a distribuição de vacinas
pelos portugueses, logo que elas estejam disponíveis.
As medidas tomadas desde o final de outubro traduzem-se numa significativa redução, em cerca de 40%, na
incidência nos três primeiros municípios onde foram adotadas medidas excecionais. Esses municípios registam,
ainda hoje, níveis elevados de incidência que justificam a manutenção de níveis particularmente exigentes para
que estes resultados animadores se consolidem.