21 DE NOVEMBRO DE 2020
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pela proposta de Os Verdes e que até nos surpreendeu porque o PAN não defendia uma avaliação ambiental
estratégica para o aeroporto, tendo até um destino para o aeroporto. De qualquer maneira, Sr. Deputado, bem-
vindo ao clube!
Resta, agora, aguardar para ver como o PS olha para as propostas, um olhar que será muito relevante na
construção do sentido de voto de Os Verdes em sede de votação final global deste Orçamento do Estado para
2021.
Aplausos do Deputado do PCP João Oliveira.
O Sr. Presidente: — É a vez do Grupo Parlamentar do CDS-PP intervir. Tem a palavra a Sr.ª Deputada Cecília Meireles.
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, começamos hoje a discussão, na especialidade, do Orçamento do Estado, e fazemo-lo no mesmo dia em que aqui foi votado um estado de
emergência.
Gostava de começar por dizer que me parece impossível falar com seriedade nesta discussão, na
especialidade, do Orçamento sem olharmos também para a situação do País, que é uma situação de
emergência, e de emergência de saúde, e que me parece evidente que a pandemia não vai acabar, infelizmente,
no ano de 2020. É, portanto, a esta luz e à luz desta situação excecional que a discussão na especialidade deve
ser tida. E digo isto porque creio que quem olhasse para o conteúdo das 1500 propostas e de todo o Orçamento
perceberia que não ficava com a noção da gravidade da situação que atravessamos. É normal que os partidos,
no Orçamento, escolham as propostas que sinalizam as suas diferenças e as suas prioridades. No caso do CDS,
fizemos isso e concentrámo-nos naquilo que, neste momento, nos parecia prioritário tratar.
As nossas escolhas concentraram-se na proteção da família e das pessoas, em situação de emergência. Isto
significa, sim, uma descida das taxas de IRS, compatível com a situação económica que atravessamos, uma
descida das taxas de retenção na fonte para que o Estado não ande sistematicamente a financiar-se à custa
das famílias — gradual, gradual!
Apresentamos também uma proposta de «via verde» para a saúde, porque, do nosso ponto de vista, os
doentes estão acima dos preconceitos ideológicos. Esta ideia de que os doentes têm de ficar à espera, como
têm ficado nos últimos anos, até as forças que governam o País encontrarem um acordo é, para nós, inaceitável.
O que importa é que haja tratamento e não se ele é público, se é privado ou se é social.
Apresentamos também uma proposta de «vale farmácia» para os mais idosos e para os idosos que menos
têm para que possa ser alargado o regime de comparticipação de medicamentos e para que esta franja da
população tenha acesso a medicamentos.
Apresentamos, ainda, um conjunto de propostas de apoios às empresas. Sabemos que a esquerda pode ter
os preconceitos que quiser, mas sem empresas não há emprego. Esta é que é a realidade.
E um país que tem alguns setores que consideram as empresas como inimigos é um país que está
condenado a não ter salários dignos. Os países onde os salários são mais altos e onde os trabalhadores vivem
melhor são os países que valorizam o tecido empresarial, que têm uma fiscalidade competitiva para o tecido
empresarial e que percebem que é na iniciativa privada que está o segredo da prosperidade.
Portanto, apresentamos várias propostas, sendo cinco fiscais. Mas essa é outra curiosidade deste
Orçamento: parece que as medidas fiscais se transformaram no parente pobre orçamental. Na realidade, neste
Orçamento discutem-se mais cavaleiros orçamentais do que medidas que são próprias do Orçamento e esta é
uma reflexão que acho que deve ser feita no Parlamento.
Sim, o CDS apresentou um conjunto de prioridades e de propostas que marcam essas prioridades, mas não
transformamos este Orçamento numa discussão simplista e para produção de títulos para redes sociais acerca
de tudo e de nada.
Em terceiro lugar, apresentamos também propostas, como é nossa tradição, para um Estado justo e com
autoridade.
Termino, dizendo que ao longo destes três dias vamos discutir muitas coisas neste Plenário, algumas delas
são matérias essenciais orçamentais, e espero que medidas de emergência, quer para as famílias, quer para
as empresas, possam ser aprovadas. Espero, por exemplo, que em vez de medidas como o «IVAucher», que