I SÉRIE — NÚMERO 21
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de 805 milhões de euros, num caminho de reforço continuado que temos feito desde 2015; a contratação, em
termos líquidos, de mais 4200 profissionais para o SNS e de 260 profissionais para o INEM; a criação de um
subsídio extraordinário de 20% do salário de todos os profissionais de saúde que estão na linha da frente do
combate à pandemia; a continuidade do programa de investimentos nos cuidados primários, na expansão da
rede de cuidados integrados, na continuidade da construção e expansão de novos hospitais e no reforço do
programa de saúde mental.
Com este Orçamento do Estado, e com os compromissos entretanto assumidos, acrescentamos garantias
de proteção do emprego e aumentamos os apoios sociais, nomeadamente às pessoas que podem vir a
necessitar e que, por alguma razão, não se enquadram nas respostas sociais convencionais, das quais destaco
o aumento do limite mínimo do subsídio de desemprego de um IAS (indexante dos apoios sociais) para um
montante superior ao limiar da pobreza; um complemento para que quem recebe o subsídio social de
desemprego receba um valor idêntico ao limiar da pobreza; um aumento extraordinário das pensões; um novo
apoio social extraordinário para os trabalhadores por conta de outrem não cobertos pelos subsídios de
desemprego ou social de desemprego, mas também trabalhadores independentes, do serviço doméstico,
trabalhadores informais, sócios-gerentes de microempresas.
Esta nova prestação não terá em conta a habitação própria e permanente para efeitos de condição de
recursos e pretende apoiar, sem condição de recursos, todos os que terminem o subsídio de desemprego em
2021 ou que se vejam obrigados a parar a sua atividade.
Através do Orçamento do Estado e de compromissos entretanto assumidos acrescentaremos mais meios e
apoios às empresas para conter a destruição do tecido económico e produtivo e para promover uma rápida
recuperação económica assim que a pandemia terminar.
O Orçamento do Estado não é a única resposta para a recuperação económica e para as empresas e o
Governo está a direcionar todos os fundos comunitários que tem ao seu dispor, para que nos permita não só
injetar rapidamente dinheiro na economia, mas, acima de tudo, fazendo-o responder a uma agenda
transformadora, que nos permita ultrapassar défices estruturais…
Aplausos do PS.
… e desafios globais que temos de enfrentar, desde a transição digital às alterações climáticas, que têm
reflexo nestes fundos comunitários que são um complemento do Orçamento do Estado para 2021.
No âmbito do Orçamento do Estado destaco, ainda, um aumento de 23% no investimento público, em setores
estratégicos e prioritários como a saúde; os programas de apoio às empresas para a garantia da manutenção
dos postos de trabalho e para a retoma, com um valor estimado de 900 milhões de euros; a extensão da
moratória sobre os créditos bancários e a criação de novas linhas de crédito que têm injetado sangue na
economia e salvado empresas, com garantias públicas até 6000 milhões de euros.
A Sr.ª Ana Catarina Mendonça Mendes (PS): — Bem lembrado!
O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares: — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, o Orçamento do Estado entregue na Assembleia da República é da responsabilidade do Governo, mas foi
construído em permanente diálogo com os partidos de esquerda e ambientalistas, representados no Parlamento,
e tem reflexo em muitas das medidas e soluções encontradas.
Entramos agora no processo de apreciação na especialidade e os partidos, no seu conjunto, apresentaram
mais de 1400 propostas de alteração. Este conjunto de alterações é, no nosso entender, muito elevado e
desajustado, especialmente ao momento que estamos todos a viver.
Percebemos que por detrás de cada proposta está muito trabalho, não desvalorizamos o trabalho que cada
partido e cada Deputado fazem na apresentação de cada proposta, mas é muito importante que todos
compreendamos que há um equilíbrio que é necessário. O bom senso determina que nos devemos focar nas
prioridades do País.
Tal como construímos o Orçamento do Estado ouvindo e procurando introduzir aproximações que
respondessem a muitas das prioridades dos partidos, voltaremos a demonstrar a disponibilidade de enquadrar
muitas das suas propostas, mas, essencialmente, as que reforçam as linhas de força deste Orçamento: