21 DE NOVEMBRO DE 2020
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selecionados no primeiro processo de recrutamento centralizado; e o programa de estágios da administração
central e local.
No âmbito do primeiro processo de recrutamento centralizado, foram já selecionados os primeiros 800
candidatos e foi lançado o procedimento consequente, que irá permitir complementar uma bolsa de, pelo menos,
1000 técnicos superiores para os quadros da Administração Pública.
Em 2021, serão lançados os programas de estágios remunerados na administração central e local,
destinados a jovens com habilitações superiores que estejam desempregados ou à procura do primeiro
emprego. Temos como objetivo que os jovens que concluam o seu estágio possam beneficiar de uma majoração
na pontuação em futuro procedimento de recrutamento, promovendo a sua integração nos quadros da
Administração Pública, atraindo talento jovem e evitando a precariedade.
Por outro lado, a celeridade na contratação ou na substituição e o reforço em áreas estratégicas são dois
aspetos essenciais para preparar a Administração Pública para responder a desafios novos de forma eficiente,
criar massa crítica capaz de gerar valor e melhorar a qualidade dos serviços públicos prestados aos cidadãos.
Quanto à aposta no reforço do número de efetivos da Administração Pública, de acordo com a última síntese
estatística do emprego público, o emprego no setor das administrações públicas situou-se em 705 212 postos
de trabalho no segundo trimestre de 2020, assinalando um aumento de 2,2% face ao trimestre homólogo e de
0,2% face ao trimestre anterior. Estes números refletem o investimento gradual e significativo que tem sido feito
no reforço da Administração Pública. É de realçar o reforço de 15 014 trabalhadores em termos homólogos,
esforço que tem de continuar nos próximos anos.
Em abril de 2020, o valor da remuneração base média mensal dos trabalhadores a tempo completo no setor
das administrações públicas situava-se em cerca de 1532 €, espelhando uma variação homóloga de mais 3,3%.
Deixo ainda uma última palavra para um programa que ainda terá repercussão no Orçamento do Estado para
2021, o PREVPAP (Programa de Regularização Extraordinária dos Vínculos Precários na Administração
Pública), responsável por pôr cobro à maior das vergonhas na relação laboral em entidades públicas.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, para decidirmos sobre o nosso futuro, há duas circunstâncias que não
podemos desconhecer: a primeira é o caminho percorrido desde 2015 até aos dias de hoje e a segunda são os
próprios dias de hoje, aqueles que estamos a viver. Termino agradecendo aos trabalhadores de todas as
administrações públicas pelo seu empenho, pela sua força e pela coragem de continuarmos juntos a fazer aquilo
que tem de ser feito.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Para intervir sobre o mesmo artigo, tem a palavra a Sr.ª Deputada Diana Ferreira, do PCP.
A Sr.ª Diana Ferreira (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, aos aplausos e elogios aos trabalhadores da Administração Pública tem de corresponder uma efetiva valorização do seu trabalho e, desde logo, o
cumprimento dos seus direitos. Recuperar os pontos para progressão, contabilizar todo o tempo de serviço e
combater a precariedade na Administração Pública é o que o PCP propõe.
Com diversas alterações das carreiras, integrações e transições e com a alteração da base remuneratória
da TRU (tabela remuneratória única), os trabalhadores perderam pontos, uma situação injusta que põe em causa
direitos adquiridos. Os pontos dos trabalhadores da Administração Pública não podem desaparecer
administrativamente. Estes trabalhadores não progrediram, foram integrados ou reposicionados na
Administração Pública.
É fundamental garantir que os pontos retirados a todos os trabalhadores lhes sejam devolvidos e contem
para progressão futura, como é preciso que todo o tempo de serviço trabalhado nas carreiras, nos cargos ou
nas categorias integradas em corpos especiais — professores, educadores, militares, profissionais das forças e
dos serviços de segurança, da justiça e saúde, entre outros — conte para efeitos de progressão. Foram
apagados mais de seis anos e meio do tempo de serviço prestado e é urgente corrigir esta injustiça, para a qual
o PCP também apresentou uma proposta.
É urgente também erradicar a precariedade na Administração Pública, concluir rapidamente o PREVPAP,
integrar todos os trabalhadores que respondam a necessidades permanentes — sejam os que não tenham
apresentado requerimento no âmbito do PREVPAP, os que tenham obtido um parecer negativo ou os que