21 DE NOVEMBRO DE 2020
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Tem a palavra a Sr.ª Deputada Mariana Silva, do PEV.
Faça favor.
A Sr.ª Mariana Silva (PEV): — Sr. Presidente, foram muitos os elogios, ao trabalho incansável dos professores, porém a profissão de professor foi de tal forma desvalorizada que chegamos, hoje, a uma situação
de escassearem professores.
É necessário tornar a carreira de professor atrativa para os jovens. No entanto, estes profissionais ficam
colocados longe das suas residências, são obrigados a percorrer muitos quilómetros diariamente, sem uma rede
de transportes públicos que satisfaça essas necessidades de deslocação e outros são mesmo obrigados a
arrendar habitação.
Tudo isso comporta custos bastante significativos e os docentes não têm qualquer tipo de valorização salarial
pelo facto, sendo que, muitas vezes, têm de pagar para trabalhar.
Por isso, Os Verdes propõem, mais uma vez, e numa altura em que é necessário valorizar a carreira dos
professores, que o Governo, em conjunto com as estruturas representativas dos professores, estipule ajudas à
deslocalização dos mesmos.
O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Entramos no artigo 21.º — Suplemento de penosidade e insalubridade.
Dou a palavra, em primeiro lugar, à Sr. Deputada Diana Ferreira, do PCP.
Faça favor.
A Sr.ª Diana Ferreira (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, há mais de 20 anos que os trabalhadores da Administração Pública aguardam a atribuição do suplemento de penosidade, insalubridade e risco e importa
não confundir este direito com o subsídio excecional de risco na situação de exceção da COVID-19.
São direitos diferentes e são remunerações diferentes. É inaceitável que há mais de 20 anos não esteja
garantido este direito aos trabalhadores da Administração Pública, que não é privilégio, é um direito de quem
trabalha todos os dias em condições de risco, em condições penosas e insalubres e cuja concretização não
pode ser mais adiada.
É tempo de agir e de reconhecer a todos os trabalhadores da Administração Pública, que todos os dias, no
exercício das suas funções, estão sujeitos a estas condições penosas, insalubres e de risco, o devido
suplemento remuneratório. Um suplemento remuneratório que o PCP propõe que vá até 25% do seu salário,
mas também propomos outras compensações a estes mesmos trabalhadores, nomeadamente no âmbito dos
horários, de férias e de condições de reforma.
É urgente reconhecer este direito aos trabalhadores da Administração Pública, que, todos os dias, estando
na linha da frente — não só hoje, e não só neste momento, mas desde sempre — a garantir os direitos
fundamentais de todos nós, devem ter este suplemento por penosidade, insalubridade e risco, não se
confundido, aqui, nem as remunerações, nem estes direitos: trata-se de dois direitos diferentes, este e o subsídio
excecional no âmbito do apoio e do risco à COVID-19.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Relativamente ao mesmo artigo, tem agora a palavra o Sr. Deputado Fernando Paulo, do PS.
O Sr. Fernando Paulo Ferreira (PS): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados, o Governo e o Grupo Parlamentar do Partido Socialista apresentam nesta proposta de Orçamento do Estado,
com responsabilidade e sustentabilidade, a concretização de subsídios de penosidade, de risco e de
insalubridade, para as carreiras gerais de assistente operacional nas áreas de higiene urbana, recolha de
resíduos, saneamento e tratamento de águas residuais e serviços cemiteriais.
São trabalhadores públicos das carreiras gerais, cujas funções apresentam características de especiais
riscos e condições de insalubridade evidente, que ninguém nega, e trabalhadores públicos que, desde o início
da pandemia, nunca pararam, assegurando serviços essenciais para a comunidade.