I SÉRIE — NÚMERO 21
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tenham sido contratados com vínculo precário durante e após a implementação do PREVPAP — e garantir que
não haja recurso a qualquer expediente que signifique vínculos precários na Administração Pública.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Passamos à proposta de aditamento de um artigo 16.º-A — Recuperação de todo o tempo de serviço prestado pelos trabalhadores integrados em carreiras especiais da
Administração Pública.
Tem a palavra a Sr.ª Deputada Mariana Silva, do PEV.
A Sr.ª Mariana Silva (PEV): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, o Governo, de forma muito injusta e com uma inaceitável intransigência, entendeu passar uma esponja sobre mais de seis anos de tempo de serviço
efetivamente prestado pelos trabalhadores integrados em carreiras especiais da função pública, não
contabilizando esse período de trabalho para efeitos de progressão na carreira e tornando uma parte do
congelamento de carreiras imposto aos profissionais entre 2011 e 2017 num corte permanente.
Os Verdes continuam a considerar que é da mais elementar justiça que seja recuperado todo o tempo de
serviço prestado para efeitos de progressão na carreira. Promessas não faltaram. É demasiado tempo à espera.
Já votámos esta questão demasiadas vezes. Já assistimos aqui a demasiados jogos com a vida e os direitos
destes trabalhadores.
O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Passamos ao artigo 17.º — Transferência de serviços para o interior. Tem a palavra o Sr. Deputado José Cancela Moura, do PSD.
O Sr. José Cancela Moura (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo, sobre a instalação de serviços públicos no interior, o Governo tem poucas ideias e, por isso, às vezes, faz suas as
propostas dos outros.
Ainda por cima, o artigo sobre a transferência de serviços é ipsis verbis a proposta de alteração que o PSD
apresentou e que o PS e a esquerda unida chumbaram no ano passado, à exceção de dois pormenores, ou
melhor, de um «pormaior» e de um advérbio de modo: em 2021 não se instalam serviços, só se «identificam
serviços», e não se transferem serviços, só «preferencialmente». É uma espécie de intenção de legislar sem
haver vontade de fazer coisa nenhuma.
O Sr. Afonso Oliveira (PSD): — É verdade!
O Sr. José Cancela Moura (PSD): — Esta é a marca genética do Partido Socialista: prometer sempre, cumprir quando calhar.
O Sr. Afonso Oliveira (PSD): — Muito bem!
O Sr. José Cancela Moura (PSD): — Em 2018, era o Centro de Formação da GNR (Guarda Nacional Republicana), em Portalegre. Foi-se a ver e, até agora, nada! Em 2017, era o Infarmed que ia para o Porto,
deslocação cinco vezes prometida e cinco vezes negada, porque o próprio Primeiro-Ministro revogou a sua
própria palavra.
O Governo não decide, anuncia! O Governo não faz, promete! O Governo quer desconcentrar, mas só um
bocadinho!
O PS tem, agora, uma oportunidade para, pelo menos, um princípio de compromisso. Sei que é difícil para
quem, tal como se diz na minha terra, «só vê o cisco no olho dos outros», mas fica aqui o desafio: acompanhem
o PSD na descentralização do Supremo Tribunal Administrativo e do Tribunal Constitucional para Coimbra.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Passamos à proposta de aditamento de um artigo 17.º-A — Apoio à deslocalização de docentes.