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I SÉRIE — NÚMERO 23

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Quero dar-vos quatro exemplos. Em primeiro lugar, a decisão renovada neste Orçamento de proibição de

acesso a apoios públicos por parte de empresas que tenham sede em offshore. Em segundo lugar, uma

proposta da maior importância ao nível do IRC (imposto sobre o rendimento de pessoas coletivas), que é a da

alteração do conceito de estabelecimento «estável» para que as multinacionais que tenham rendimento

gerado em Portugal e que hoje não pagam imposto passem a pagar imposto em Portugal. Esta alteração,

acompanhada de regras anti-fragmentação relativamente ao estabelecimento «estável», é essencial para

conferir justiça fiscal, o que é ainda mais relevante numa altura de crise. Quero igualmente relevar a medida

de inclusão das sociedades anónimas na incidência do IMT (imposto municipal sobre transmissões onerosas

de imóveis) quando há transação de imóveis, equiparando as sociedades anónimas à situação das sociedades

por quotas, com isso preservando, mais uma vez, as bases tributáveis.

Permitam-me, Sr.as e Srs. Deputados, que saliente ainda uma iniciativa, apresentada pelo PEV, que me

parece da maior importância, que se refere ao agravamento da taxa do IMI (imposto municipal sobre imóveis)

e do IMT para as empresas com sede em offshore e que tenham prédios em Portugal.

Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, para além de preservar as bases tributáveis, e como resposta à

necessidade de dinamização da procura interna, o OE para 2021 apresenta três medidas importantes que, em

conjunto, configuram um estímulo fiscal à procura interna no valor de 550 milhões de euros. Falo do reflexo do

IVA da eletricidade, cuja redução por escalões foi aprovada pelo Governo e que tem a sua incidência em todo

o ano orçamental de 2021. Falo do ajustamento das tabelas de retenção de IRS (imposto sobre o rendimento

das pessoas singulares) que faremos já na próxima semana e que permitirá ajustar as tabelas de retenção ao

imposto efetivamente devido. Falo ainda do programa de apoio e estímulo ao consumo nos setores do

alojamento, cultura e restauração, o programa «IVAucher», que, tal como apresentado, em proposta de

alteração, pelo Grupo Parlamentar do PS, em sede de especialidade, será ajustado ao momento em que a

situação pandémica o permita desenvolver.

Sr.as e Srs. Deputados, falamos de estabilidade fiscal, de preservar as bases tributáveis, de estimular a

procura interna e em não hesitar um minuto na simplificação de procedimentos e no ajustamento de regras

que permitam o cumprimento das obrigações tributárias, porque o cumprimento das obrigações tributárias é

muito importante para que o Estado mantenha a capacidade de resposta à crise que todos exigimos.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Ainda no âmbito do mesmo artigo, dou a palavra à Sr.ª Deputada Isabel Lopes, do PSD.

A Sr.ª Isabel Lopes (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados, a população portuguesa em idade ativa é a menos qualificada quando comparada com outros países da União

Europeia. Cerca de 29% frequenta o ensino secundário ou pós secundário, mas não conclui o ensino superior,

apenas 20% possui esse grau.

Existem muitos trabalhadores que, apesar de vontade e abertura para a melhoria das suas competências,

não têm condições financeiras para assumir os encargos inerentes à frequência de um CteSP (Curso Técnico

Superior Profissional), de uma licenciatura, de um mestrado ou de um doutoramento.

O mercado de trabalho cada vez mais competitivo e a necessidade premente de qualificar a população em

idade ativa levou o PSD a apresentar uma proposta de alteração ao IRS e ao IRC. Esta proposta pretende, de

uma forma articulada, constituir um estímulo para a frequência de cursos superiores pelos trabalhadores e de

um incentivo às empresas para que apoiem os seus colaboradores no reforço das suas qualificações de

ensino superior.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Cecília Meireles, do CDS-PP.