26 DE NOVEMBRO DE 2020
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Queremos a aplicação de uma tributação reduzida de 14,5%. Queremos o reporte de prejuízos entre 2021 e
2023. Queremos a isenção da tributação autónoma no caso de gastos essenciais.
Este Governo empurra os cidadãos para o endividamento como solução. Por isso, o PSD, perante um
Orçamento mau, tenta colmatar algumas das suas falhas.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Segue-se a proposta, apresentada pelo PSD, de um artigo 249.º-B — Regime especial de pagamento em prestações de IRC ou IVA no ano de 2021.
Tem a palavra o Sr. Deputado Alberto Fonseca.
O Sr. Alberto Fonseca (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo: Este Orçamento do Estado é tão bom, tão bom, que tem 1500 propostas de alteração e a esmagadora maioria delas
é da parte daqueles partidos que o vão viabilizar. As propostas do PSD são tão más, tão más, que o Governo
anuncia medidas que vão ao seu encontro.
Desde o primeiro momento que o PSD tem alertado para a clamorosa falta de medidas de apoio às empresas
neste Orçamento. Reconhecendo essa lacuna, ao longo das últimas semanas, e depois de já ter entregue o
Orçamento, o Governo tem vindo a anunciar várias medidas de apoio às empresas, pela voz do Sr. Ministro da
Economia, do Sr. Ministro das Finanças e do próprio Sr. Primeiro-Ministro.
Com esta proposta do PSD, pretendemos que o IVA e o IRC possam ser pagos em prestações até ao final
de 2021.
Esta é uma importante medida de apoio aos trabalhadores independentes e às micro, pequenas e médias
empresas, sem afetar as contas públicas, na medida em que o imposto é pago ainda durante o ano de 2021.
Não estamos a pedir nenhum perdão, nem nenhuma redução do imposto, estamos a pedir, apenas, para
terem mais tempo para pagá-los, apoiando a tesouraria das empresas neste momento difícil e libertando-a para
outros compromissos que tenham, nomeadamente o pagamento de salários.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Tem a palavra o Sr. Secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Fiscais, António Mendes.
O Sr. Secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Fiscais: — Sr. Presidente e Srs. Deputados: Sr. Deputado Alberto Oliveira…
O Sr. Alberto Fonseca (PSD): — Fonseca!
O Sr. Secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Fiscais: — Peço imensa desculpa. Engano-me muitas vezes nos nomes.
A Sr.ª Ana Rita Bessa (CDS-PP): — Não se engane é nos números!
O Sr. Secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Fiscais: — Não me posso enganar nos números, mas nos nomes posso.
Sr. Deputado Alberto Fonseca, ouvi com atenção a sua intervenção e, sobre o que propõe, queria fazer
algumas considerações.
Parece-me que a proposta apresentada pelo PSD é uma anuência em relação àquilo que o Governo tem
vindo a fazer ao longo deste ano, porque a primeira decisão que tomámos em matéria de impostos foi
exatamente no sentido de fazer um regime especial, para o segundo trimestre, de flexibilização do cumprimento
das obrigações fiscais. Aliás, esse regime foi um sucesso do ponto de vista da sua aplicação — dentro daquela
que pode ser a utilização da palavra «sucesso» em circunstâncias como estas, evidentemente. Tal representou
cerca de 1200 milhões de euros de impostos que foram diferidos, em planos prestacionais de três ou de seis