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I SÉRIE — NÚMERO 24

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meses, e que terminaram em novembro. O término desses planos prestacionais — tenho dito isso várias vezes

na Assembleia da República — representou apenas uma taxa de incumprimento de cerca de 3%. Por isso, essa

foi uma medida efetiva de apoio à tesouraria das empresas.

E não hesitámos em tomar uma medida semelhante agora mesmo. Fizemo-lo em Conselho de Ministros,

ainda este fim de semana, relativamente ao IVA trimestral. É que o plano prestacional adotado para o segundo

trimestre foi aquele a que mais empresas aderiram — 67 000 empresas aderiram! Aliás, e quanto ao plano

prestacional para o IVA, as empresas já podem aderir — está ativo desde ontem — através do Portal das

Finanças, e muitas já o fizeram.

É importante, num cenário de imprevisibilidade como este, que possamos ir ajustando essas decisões. Ou

seja, não convém até tomar decisões neste momento que, a seguir, tenham de ser mais prolongadas no tempo,

porque não tenho a certeza se não teremos a necessidade, em determinada altura, por exemplo no último

trimestre, de fazer planos prestacionais de três ou seis meses e que vão para além do dia 31 de dezembro, que

é o que está na proposta do PSD. O que acho que deve existir nesta fase, Sr. Deputado, é flexibilidade na forma

como fazemos o ajustamento do calendário fiscal no próximo ano.

Sr. Deputado, fiz um despacho, há relativamente pouco tempo, depois de ouvida a Ordem dos Contabilistas,

sobre o ajustamento do calendário das obrigações declarativas dos próximos meses.

No que diz respeito às obrigações de pagamento, devemos ter a cautela de não nos amarrarmos a soluções

neste momento que, depois, não tenham flexibilidade suficiente para as tornarmos mais efetivas.

Por isso, penso que a proposta apresentada pelo PSD tem um princípio correto. Aquilo que me parece é que

devemos, na sua execução, ter maior flexibilidade para decidir, trimestre a trimestre, quais são as decisões que

melhor se impõem.

O histórico da atividade e das decisões do Governo nesta matéria não deixa a mínima dúvida de que nunca

hesitamos em lançar mão deste instrumento para apoiar a tesouraria das empresas.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Sr. Deputado Alberto Fonseca, tem a palavra.

O Sr. Alberto Fonseca (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Secretário de Estado: Registo os elogios que fez à proposta do PSD.

Aquilo que eu disse é verdade e aquilo que o Sr. Secretário de Estado disse também é verdade, mas a

grande diferença, ou seja, aquilo que não disse, é que os apoios do Governo terminam neste ano de 2020 e não

há nenhum apoio previsto para o próximo ano de 2021.

Assim, torna-se essencial aprovar esta medida, para que os empresários possam usufruir deste

prolongamento do prazo do pagamento das prestações.

Competirá ao Governo, naturalmente, flexibilizar as medidas, se assim houver necessidade, durante o ano

de 2021.

O Sr. Hugo Carneiro (PSD): — Muito bem!

O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Passamos à proposta, apresentada pelo PCP, de um artigo 252.º-A — Contribuição extraordinária sobre o setor segurador.

Tem a palavra o Sr. Deputado Duarte Alves.

O Sr. Duarte Alves (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo: O PCP apresentou uma proposta para a criação de uma contribuição extraordinária sobre o setor segurador, e explicamos porquê.

A pandemia da COVID-19 suscitou, ao longo do ano de 2020, a necessidade de períodos de confinamento

e de uma redução geral da atividade económica que acabaram por beneficiar o setor segurador.

Tomando como exemplo o ramo automóvel, basta pensarmos que, durante os últimos meses, com os

períodos de confinamento, com a redução da atividade económica e com o teletrabalho, houve muito menos

circulação de automóveis, o que, naturalmente, reduziu o número de acidentes e, portanto, os custos das

seguradoras com os sinistros.