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26 DE NOVEMBRO DE 2020

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Ora, nesse mesmo período, o valor pago pelos consumidores pelos mesmos seguros manteve-se inalterado.

Toda a gente que tem carro continua a pagar o mesmo valor pelo seguro, mas os custos das seguradoras com

os sinistros baixaram significativamente, em face da redução do tráfego, o que coloca questões até da partilha

de risco. Tal é comprovado pelos dados, do primeiro semestre de 2020, publicados pela ASF (Autoridade de

Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões).

É de referir, ainda, que, na resposta à situação pandémica, não é inédita a criação deste tipo de contribuições

extraordinárias sobre um setor que manteve as receitas mas viu os seus custos reduzirem-se, tendo como

objetivo fazer face ao esforço adicional de recursos públicos. Por exemplo, em França, vai ser criada uma

contribuição excecional sobre o setor segurador, que irá gerar uma receita estimada de 1000 milhões de euros

em 2020 e de 500 milhões de euros em 2021, face a uma situação em que se estima que este setor tenha

poupado 10,1 milhões de euros em despesas.

Com esta proposta, o PCP pretende que estes acréscimos no rendimento das seguradoras, decorrentes das

atuais circunstâncias, sejam de alguma forma devolvidos aos portugueses por via da criação de uma

contribuição destinada ao reforço do financiamento do Serviço Nacional de Saúde.

Nada justifica que, perante a crise económica e social como a que estamos a viver e perante as necessidades

de investimento, particularmente no SNS, se mantenham intocáveis os lucros acrescidos deste setor.

Esta é uma proposta do PCP que aumenta a receita e que permite recursos para outras medidas importantes,

nomeadamente medidas de apoio a setores que estão em maiores dificuldades, como o da restauração, e como

aquelas que apresentámos em relação à redução do IVA das bebidas.

Esta é uma medida que contribui, também, para uma maior justiça fiscal.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Passamos à discussão do artigo 254.º — Adicional de solidariedade sobre o setor bancário.

Para o efeito, tem a palavra a Sr.ª Deputada Fabíola Cardoso, do Bloco de Esquerda.

A Sr.ª Fabíola Cardoso (BE): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados e Sr.as Deputadas: O Iniciativa Liberal apresenta duas propostas, uma para eliminar o adicional de solidariedade sobre

o setor bancário e outra para eliminar a contribuição sobre a indústria farmacêutica.

Há propostas que clarificam águas e que mostram bem os interesses que servem. As propostas 885-C e

360-C, do Iniciativa Liberal, mostram isso mesmo.

Quando uma crise nos bate novamente à porta, depois de uma década em que se despejou milhares de

milhões de euros no sistema bancário, o Iniciativa Liberal propõe cortar impostos aos bancos — seria uma

anedota, se não fosse um insulto ao País e às pessoas que estão a enfrentar agora tantas dificuldades!

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Muito bem!

A Sr.ª Fabíola Cardoso (BE): — Mas, não contente com esta afronta, o Iniciativa Liberal apresenta uma proposta que pretende cortar impostos à indústria farmacêutica, uma indústria que tem apresentado lucros de

milhões. Mais uma proposta para reduzir a receita do Estado em benefício dos grandes grupos económicos!

São estas propostas que ilustram as escolhas determinantes de um partido. Neste caso concreto, caiu a

máscara ao Iniciativa Liberal. Afinal, a grande revolução fiscal liberal é mesmo para baixar os impostos a quem

já tem muito ou a quem tanto tem lesado o País.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — De seguida, passamos à proposta, apresentada pelo PSD, de um artigo 261.º-A — Dispensa no pagamento de coimas no período de estado de emergência de 18/03 a

02/05/2020.

Tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Paulo Oliveira.