I SÉRIE — NÚMERO 24
46
Outra relevante proposta do PCP que merece a atenção do Partido Socialista é a proposta que dota das
verbas necessárias, num total de 2,5 milhões de euros, a efetiva criação do Laboratório Nacional do
Medicamento, transformando qualitativamente e alargando a missão do Laboratório Militar de Produtos
Químicos e Farmacêuticos.
Ninguém pode ignorar que o Laboratório Militar tem todo um património centenário que honra o Exército e o
País e que não se pode perder nesta transformação orgânica, assim como um conjunto de oficiais farmacêuticos
e outros militares especializados, com excelência científica, capacidade logística e brio militar, e que, enquanto
instituição testada no combate à pandemia, só tem dado provas da sua grande capacidade, versatilidade,
adaptação e incansável serviço público, na produção e distribuição de produtos desinfetantes, fármacos e outros
equipamentos, e ainda na sua relevantíssima qualidade centralizadora, como reserva estratégica de
medicamentos e dispositivos.
Para que, de futuro, possamos também, e de uma vez por todas, reforçar e centralizar ali o investimento na
área absolutamente estratégica da investigação, da produção e da disponibilização de medicamentos para uso
do Serviço Nacional de Saúde e para o País, o Partido Socialista apoiará esta proposta, certo de que estes
nossos militares irão continuar a dar o seu melhor na salvaguarda e na defesa da soberania nacional.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Tem agora a palavra a Sr.ª Deputada Mónica Quintela, do PSD.
A Sr.ª Mónica Quintela (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados, nunca — nunca, nem nos tempos da troica! —, desde que foi criada a Direção-Geral de Reinserção e Serviços
Prisionais, o seu orçamento foi tão baixo como este agora apresentado.
O Governo faz um corte de 64,2 milhões no orçamento do funcionamento de todo o sistema prisional; parece
que quer pôr o resto dos reclusos todos cá fora.
Este organismo já funciona no seu limite e a maioria dos estabelecimentos prisionais está ao nível dos países
do terceiro mundo. A reinserção social não funciona. Agora imaginem o que é, neste ano, um rombo deste
calibre no respetivo orçamento. É o descalabro total!
Para garantir, ao menos, um orçamento igual ao do presente ano — e que, mesmo assim, não chegará — o
PSD propõe o reforço das verbas da Direção-Geral através da transferência das receitas próprias do Instituto
dos Registos e Notariado até ao limite dos 64,2 milhões de euros em falta.
A aprovação desta proposta, Sr.as e Srs. Deputados, é fulcral para a realização das políticas criminais e para
salvaguardar e assegurar a paz social.
Pergunto: quem é que o sistema prisional nos devolve no final do cumprimento das penas?
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Tem agora a palavra a Sr.ª Deputada Susana Amador, do PS.
A Sr.ª Susana Amador (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados, o reforço da rede de equipamentos de saúde é, para este grupo parlamentar e para o Governo, uma prioridade e
um imperativo indeclinável. O ano de 2021 será mais um ano de investimento, de planeamento e de
concretização, apesar de ser um ano económico exigente e apesar da pandemia.
A preocupação que temos é de que as obras se façam e cheguem às populações, que, legitimamente,
aspiram às mesmas, quer no Porto, com o S. João, quer na Área Metropolitana de Lisboa, com os hospitais do
Seixal, Sintra e Lisboa Oriental, quer no Funchal, no Alentejo ou no Algarve.
Dissemos também, nesta Casa, quer o Governo quer este grupo parlamentar, que aprovaríamos propostas
que contribuíssem para o robustecimento da rede e que se enquadrassem num planeamento efetuado. Por isso,
a proposta do Partido Comunista Português — que aprovamos —, com transferência de verbas do Ministério da
Saúde para o IPO (Instituto Português de Oncologia) de Lisboa, no valor de 2,5 milhões de euros, para a revisão
do projeto de arquitetura e projeto de execução de um novo e tão desejado edifício do IPO e de ambulatório,
estimado em 57,5 milhões de euros, merece o nosso acolhimento, porque fazia parte do nosso planeamento e