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27 DE NOVEMBRO DE 2020

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Ora, se fizermos as contas, desde o início da crise financeira, os portugueses já pagaram mais de 20 000

milhões de euros a tentar salvar a banca. E, quando falamos do Novo Banco, para além de não falarmos de um

problema de hoje, percebemos que, de facto, «o que nasce torno torto, tarde ou nunca se endireita». E o que é

verdade é que os contribuintes já estão fartos de andar a pagar as aventuras e as irresponsabilidades dos

banqueiros. Portanto, trata-se de uma imoralidade à qual importa colocar um fim, ou seja, fechar a torneira.

Como já o referimos noutras ocasiões, na nossa perspetiva, o fim desta imoralidade devia começar já com o

Novo Banco, devia começar pela solução que menos onere os contribuintes e que melhor sirva os interesses do

País. Deve ser essa, a nosso ver, a solução a adotar para o caso do Novo Banco.

Mas para isso é necessário que o Novo Banco esteja nas mãos do Estado, porque só nas mãos do Estado

é possível colocá-lo ao serviço do desenvolvimento, da nossa economia, dos interesses dos portugueses e do

nosso País. Porque se o Estado paga, o Novo Banco deve estar nas mãos do Estado, nas mãos de quem o

paga.

Se não está nas mãos do Estado, então é preciso começar a definir o fecho da torneira, porque os

contribuintes não podem continuar a viver eternamente na contingência de serem convocados a pagar a fatura,

sempre que as coisas correm mal para os bancos, porque, quando as coisas correm bem, os acionistas dividem

os lucros entre eles, não os dividem com os contribuintes.

Portanto, face ao que fica dito, Os Verdes acompanham, naturalmente, esta proposta do Bloco.

O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Sr. Deputado João Cotrim de Figueiredo, do Iniciativa Liberal, tem a palavra.

O Sr. João Cotrim de Figueiredo (IL): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados, depois de «levar uma tampa» do Partido Socialista, o Bloco de Esquerda, despeitado, resolveu tentar entalar o

PS e, então, lembrou-se de eliminar a verba do Fundo de Resolução, numa versão populista do já conhecido

«Não pagamos!».

Só que o caso do Novo Banco não é uma coisa estática, como se fosse uma fotografia, mas é um processo

altamente dinâmico, como se fosse um filme que o BE parece querer transformar num filme de terror.

Protestos do Deputado do BE Jorge Costa.

E porque é que eu digo isto? Vamos ver as próximas cenas e passemos o filme um bocadinho à frente.

Primeira cena: toda a gente, dentro e fora de Portugal, fica a saber que o Estado português não fica obrigado,

verdadeiramente, a cumprir os contratos que assina e que o Parlamento português o incentiva a fazê-lo.

Segunda cena: toda a gente, dentro e fora de Portugal, percebe que o Novo Banco pode mesmo ficar

descapitalizado, assim minando a alguma confiança que há em depositantes e clientes. O banco desvaloriza-se

e não esquecemos que o Fundo de Resolução ainda tem 25% desse banco.

Terceira cena: com um banco mais frágil, menos depositantes, menos clientes não tenhamos dúvidas, serão

os trabalhadores do Novo Banco os primeiros a pagar.

Quarta cena: o Lone Star recebe de mão-beijada, e por cortesia do Bloco de Esquerda, poderosos

argumentos jurídicos para acionar o Estado português. Certamente, o Lone Star agradece.

Há estas várias cenas só não vejo cenas…

O Sr. João Oliveira (PCP) — Só a pancadaria no PSD!

O Sr. João Cotrim de Figueiredo (IL): — … em que o contribuinte português saia bem desta história. De uma penada, o Bloco de Esquerda desvaloriza o banco, prejudica os trabalhadores do Novo Banco e

fortalece o Lone Star. Esta irresponsabilidade do Bloco não vai resolver nada; só vai prejudicar os interesses

dos contribuintes portugueses.

O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Tem a palavra o Sr. Deputado Duarte Pacheco.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Vai responder ao IL?!