11 DE DEZEMBRO DE 2020
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Portanto, o que importa aqui saber é se o PSD quer acompanhar o PCP nesse caminho, que é fundamental,
de aprofundamento dos direitos das pessoas com deficiência, incluindo no acesso à reforma e considerando as
características e as necessidades deste grupo social e também aquilo que estas pessoas vivem todos os dias,
na deslocação para o trabalho, na sua vida pessoal, na sua vida familiar e, muitas vezes, nos locais de trabalho
que não estão devidamente adaptados à suas necessidades.
Aplausos do PEV.
O Sr. Presidente: — Para concluir o debate, tem a palavra o Sr. Deputado José Manuel Pureza, do Bloco de Esquerda.
O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: No encerramento deste debate, creio que fica patente que estamos perante uma questão essencial de justiça.
Era importante sublinhar isto porque houve, neste debate, quem se entretivesse, e nos quisesse entreter,
com floreados sobre jogos políticos, manobras, tempos, quem faz, quem não faz. Ora, creio que é importante
concentrarmo-nos naquilo que verdadeiramente é essencial.
A Sr.ª Deputada Helga Correia, do PSD, fez uma intervenção inteira em que não fez uma única alusão àquilo
que é absolutamente essencial e que é a questão da redução da idade da reforma.
A Sr.ª Helga Correia (PSD): — Não é verdade!
O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Mais: a Sr.ª Deputada Helga Correia teve a capacidade de nos trazer uma intervenção em que coloca a necessidade de isso já ter sido resolvido, mas, agora que pode ser resolvido,
o partido da Sr.ª Deputada Helga Correia, pelos vistos, dispõe-se a votar contra.
A Sr.ª Clara Marques Mendes (PSD): — Helga!
O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Peço desculpa, Helga Correia, peço muita desculpa pelo engano, mas não estou enganado no argumento e o argumento é que a Sr.ª Deputada Helga Correia veio dizer que já devia
ter sido resolvido, mas, agora que pode resolvido, o partido da Sr.ª Deputada Helga Correia vai, certamente,
votar contra.
Protestos da Deputada do PSD Helga Correia.
Portanto, Sr.as e Srs. Deputados, há necessidade de sermos claros nesta matéria: a proposta do Bloco de
Esquerda é clara no que propõe e propõe que quem tem 55 anos de idade, com 20 anos de descontos para a
segurança social, 15 dos quais correspondem a uma incapacidade igual ou superior a 60%, possa ser reformado
sem penalizações.
Volto ao nosso ponto: aquilo que a não aprovação vai significar é a condenação destas pessoas…
A Sr.ª Helga Correia (PSD): — Não, não!
O Sr. José Manuel Pureza (BE): — … a passarem pela humilhação, diante de si próprias, de serem reformadas por invalidez, quando são pessoas que passam uma vida inteira a trabalhar, com dignidade e com
esforço redobrado.
E os Srs. Deputados e as Sr. as Deputadas, que dizem que isso já podia ter sido resolvido, vão continuar a
perpetuar o regime até agora vigente, vão condenar essas pessoas a passarem pela indignidade de se
considerarem inválidas. Ora, essas pessoas não são inválidas, são pessoas que merecem estima, que merecem
consideração, e que merecem, portanto, ter o direito a serem reformadas aos 55 anos de idade.
Esta é a nossa questão.
Aplausos do BE.