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I SÉRIE — NÚMERO 37

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científico, nomeadamente vacinas e testes. Sabendo que 90% das pessoas são assintomáticas ou têm sintomas

ligeiros, há um risco sério de poderem espalhar o vírus mesmo sem o saber.

Desde março que vimos a alertar para a necessidade de testar pessoas assintomáticas, principalmente

aquelas que, por razões essenciais, têm de sair das suas casas e que estão em contacto com outras pessoas,

seja por trabalho, apoio a terceiros ou outros serviços, e que não podem parar.

Se a decisão do novo confinamento geral for a de manter alguns ciclos de estudos em ensino presencial,

será necessária uma estratégia eficaz, que garanta a segurança de profissionais e estudantes. Medidas avulsas

e inconstantes conduzem ao pânico, ao descrédito ou à revolta. Nenhuma destas promove responsabilidade.

Preocupa-nos, também, que os dados atuais apontem para uma redução de medidas como a distância e o uso

de máscaras. Cerca de 60% das pessoas revelaram não ter usado máscara em grupos de 10 ou mais pessoas

nos últimos dias. As medidas não farmacológicas são essenciais e serão as melhores aliadas até ao fim desta

crise sanitária.

Bem sabemos que existe uma dimensão social, até relacionada com os processos de aprendizagem, que

pode levar à necessidade de manter as escolas em regime presencial, mas se o caminho optado pelo Governo

for este, mesmo que apenas para alguns ciclos, tem de se garantir proteção e prevenção dos seus profissionais

e alunos.

O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Bebiana Cunha (PAN): — Vou concluir, Sr. Presidente, dizendo o seguinte: não se pode pedir aos

profissionais de educação que se exponham ao risco e depois não os proteger.

Aplausos do PAN.

O Sr. Presidente: — Sr.ª Deputada Bebiana Cunha, inscreveram-se, para pedidos de esclarecimento, cinco

Srs. Deputados.

Como é que pretende responder?

A Sr.ª Bebiana Cunha (PAN): — Primeiro, a três e, depois, a dois Srs. Deputados, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: — Então, tem a palavra, em primeiro lugar, para pedir esclarecimentos, a Sr.ª Deputada

Ilídia Quadrado, do Grupo Parlamentar do PSD.

Faça favor, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Ilídia Quadrado (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, acompanhamos o PAN nas preocupações

aqui expressas quanto ao tsunami sanitário que nos assola.

Não há consenso, como vimos, entre os especialistas sobre o encerramento das escolas e o Governo terá

de tomar uma decisão com os dados que tem.

Ontem, na reunião que decorreu no Infarmed, ficou claro que o crescimento dos casos está descontrolado.

Infelizmente, até as piores projeções do número de óbitos ficaram logo desatualizadas pelo dramático número

que foi registado, 155 mortos.

Das informações que nessa reunião foram prestadas, ficou evidente que há crescimento do número de casos

de infeção em todas as faixas etárias e que, entre os jovens dos 10 aos 20 anos, o número de casos de infetados

cresce num ritmo acelerado. Não devemos deixar de lembrar que quem trabalha nas escolas, professores e

trabalhadores não docentes, tem, em média, mais de 50 anos.

Se as autoridades desconhecem a origem de 87% dos contágios, como podem ser dadas garantias de que

não é na escola que acontecem? Se a opção for manter as escolas abertas, não pode ser de qualquer forma. É

fundamental tomar medidas que protejam toda a comunidade educativa.

O PSD tem defendido que as medidas a serem tomadas têm de ser de grande responsabilidade, seguindo

as orientações científicas e definindo prioridades, nomeadamente com a testagem dos profissionais de

educação, professores, técnicos e assistentes operacionais e incluindo-os nos grupos prioritários de vacinação.

Sr.ª Deputada do PAN, concorda com esta medida de também vacinar os profissionais da educação?