I SÉRIE — NÚMERO 37
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Depois de uma pergunta do Bloco de Esquerda e de muitas queixas por parte dos alunos e dos pais é que,
finalmente, a DGS resolveu enviar uma nota informativa, na sexta-feira passada, permitindo que as janelas
sejam finalmente encerradas. Veio a diretiva e passou a ser possível fechar. É isto a autonomia?
A normalidade tão propalada pelo Ministério da Educação, os elogios rasgados às escolas, sobretudo aos
diretores, escondem as dificuldades com que se tem deparado a comunidade educativa, Sr.ª Deputada.
Perante o avanço da terceira vaga serão suficientes as medidas adotadas para enfrentá-la? Não seria já de
equacionar outras medidas e, sobretudo, ouvir quem tem as propostas?
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Bebiana Cunha, do PAN.
A Sr.ª Bebiana Cunha (PAN): — Sr. Presidente, Srs. Deputados Porfírio Silva e Alexandra Vieira, agradeço
as questões que nos remeteram.
Começo por responder ao Sr. Deputado Porfírio Silva, dizendo o seguinte: estive em todas as sessões do
Infarmed, durassem as horas que durassem, fosse presencialmente, fosse à distância. Mas, para além das
sessões que ocorrem no Infarmed — e sempre defendemos a sua continuidade, a sua transparência, a sua
abertura a todos os cidadãos e cidadãs para que todos pudessem aceder à informação que, de facto, é veiculada
naquele espaço, mas também ao debate que ocorre —, pensamos ser bastante importante que as pessoas
tenham toda a informação disponível, pois só depois de a terem poderão, de facto, tirar também as suas
conclusões.
Posto isso, queríamos referir que, obviamente, ouvimos o todo, não só os especialistas que estão na sessão
do Infarmed, mas também outros especialistas que fazem parte da comunidade científica — temos, de facto,
esse cuidado —, porque é fundamental ouvi-los para nos informarmos devidamente. E gostava de lhe dizer o
seguinte: da intervenção que fizemos, nomeadamente no que diz respeito à necessidade de testes, por exemplo,
por amostragem, o Sr. Deputado Porfírio Silva referiu que isto não pode ser feito à toa. O que pergunto é se
estará o Sr. Deputado a dizer que o Ministério da Saúde, por via da DGS e das equipas de saúde pública, não
consegue definir um plano por amostragem. É que nós entendemos que é perfeitamente possível fazê-lo…
O Sr. Porfírio Silva (PS): — Por que razão é que não disse isso ontem no Infarmed?!
A Sr.ª Bebiana Cunha (PAN): — … e por isso o dizemos, aliás, já o dissemos várias vezes, inclusivamente
em conversações com a própria Sr.ª Ministra da Saúde, que respeitamos e a quem fazemos chegar os nossos
contributos.
Mas, efetivamente, não pode ser feito à toa. No entanto, entendemos que a DGS e a saúde pública podem
perfeitamente definir esse plano.
Depois, gostaria de dizer que o Sr. Deputado parece esquecer que, quando falamos nos espaços «escola»
e nos riscos que eles comportam, não estamos a falar apenas das nossas crianças e jovens, e assume-se,
maioritariamente, em face da evidência científica, que as crianças não serão superspreaders.
O Sr. Porfírio Silva (PS): — Mas vai responder às minhas perguntas?!
A Sr.ª Bebiana Cunha (PAN): — Falamos dos profissionais que lá trabalham e também das questões de
mobilidade associadas à deslocação para as escolas, já que, obviamente, não houve o devido reforço dos
transportes públicos,…
O Sr. Porfírio Silva (PS): — E as perguntas?!
A Sr.ª Bebiana Cunha (PAN): — … em tempo útil. Sabemos que está a ser feito por via das Áreas
Metropolitanas de Lisboa e do Porto, vem tarde. Gostava de lhe dizer que não podemos esquecer isso nesta
análise.