14 DE JANEIRO DE 2021
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respostas extraordinárias nesse apoio de proximidade, com meios muito mais escassos do que o Estado central
teria? Com as IPSS, que continuaram e que reforçaram equipas, que muitas vezes tiveram de substituir as
equipas de apoio domiciliário, porque, obviamente, as pessoas que inicialmente o faziam foram, também elas,
sofrendo o impacto da doença, ou porque estiveram doentes, ou porque tiveram de ficar com filhos em casa ou
porque tiveram, eles próprios, de acorrer aos idosos das suas famílias.
Numa altura em que vamos iniciar um novo confinamento, é caso para lembrar, aqui, todos esses idosos.
O Sr. João Gonçalves Pereira (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — E que desta vez não fiquem para trás, e que desta vez não
fiquem esquecidos, e que desta vez sejam prioridade, para que não sejam os mais excluídos de todos, no âmbito
do combate a esta pandemia.
Mas também nos lares a resposta não foi eficaz. Basta lembrar a última medida, a que apareceu em setembro
quando tantos partidos a tinham reclamado em março: as célebres brigadas de resposta supostamente rápida
nos lares. Apareceram depois de todos os focos infeciosos, que fomos mantendo conhecimento no verão, com
aquele que teve mais mediatismo, em Reguengos de Monsaraz.
Depois disso, a Sr.ª Ministra da Saúde disse que o problema estava resolvido, iriam ser criadas brigadas
rápidas, distrito a distrito, e sempre que houvesse um problema num lar, essas brigadas iam responder. Podia
ser o CDS ou outro partido da oposição a dizer hoje, aqui, que essas brigadas não funcionaram. Mas não é
preciso nós dizermos, porque a Sr.ª Ministra já disse.
A Sr.ª Ministra que, em setembro, disse aqui que tudo iria funcionar, na semana passada disse que não há
capacidade de o Ministério da Saúde responder a todas as solicitações e a todos os problemas dos lares. Isto
chama-se falta de planeamento, não é falta de recursos. Os recursos faltam, neste momento, porque o
planeamento nunca existiu; os recursos faltam, neste momento, porque não foram elencadas as prioridades e
os recursos faltam, neste momento, porque não houve a coragem de, em tempo útil, assumir que era preciso
fazer alguma coisa.
É fundamental lembrar que nessa altura, logo em março e em abril, o que se pedia para os lares, em primeiro
lugar, eram equipamentos de proteção individual que acabaram por chegar, tantas vezes pelas autarquias, e
não pelo Estado central.
Depois, foram os testes de despistagem e ainda hoje, Sr.as e Srs. Deputados, o que seria dos nossos lares
e dos nossos idosos se, efetivamente, tivesse sido assumido pelo Governo como prioritário a despistagem nos
lares dos casos positivos? Se, desde o início, tivéssemos feito como outros países fizeram, de ter nos idosos e
noutras populações de risco esta estratégia de testar, testar, para conseguir conter o contágio pela doença?
Não foi feito na altura e ainda não está a ser feito agora, mesmo depois de em novembro ter sido aprovada uma
estratégia nacional para esta matéria.
Depois, os apoios às instituições particulares de solidariedade social. Tantas vezes reclamámos uma
atualização justa dos acordos de cooperação. Ela não aconteceu em montante suficiente durante o ano de 2020
e, pior, não aconteceu de forma justa no Orçamento para 2021.
A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Peço-lhe para terminar, Sr. Deputado.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Terminando, Sr.ª Presidente, o que queremos hoje aqui lembrar
é aquilo que disse há pouco: vamos iniciar um novo confinamento, uma nova fase difícil para todos os
portugueses, mas, sendo difícil para todos, é muito mais difícil ainda para os idosos, e principalmente para
aqueles que estão isolados. Que o Governo não os esqueça, como esqueceu até agora, e que a resposta seja
muito melhor do que foi até agora.
Aplausos do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Registaram-se cinco Srs. Deputados para pedidos de esclarecimento.
Como é que o Sr. Deputado João Almeida deseja responder?