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I SÉRIE — NÚMERO 37

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O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, respondo, primeiro, a três Deputados e, depois,

aos outros dois.

A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Muito obrigada.

Para pedir esclarecimentos, em primeiro lugar, tem a palavra o Sr. Deputado José Soeiro, do Grupo

Parlamentar do Bloco de Esquerda.

O Sr. José Moura Soeiro (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado João Almeida, em comum com a sua

intervenção temos uma preocupação com a realidade que está a ser vivida pelos mais velhos, o sofrimento

social, o isolamento, que é duro demais para muitas pessoas e a constatação de que a resposta pública tem

sido tardia e continua, em muitos casos, a ser insuficiente, com as consequências que nós conhecemos.

É evidente que esta situação é uma situação complicada, também para a tutela, isto é, não é fácil ter uma

resposta imediata e completamente eficaz. Mas nós estamos hoje — e aqui, certamente, divergimos —, em

grande medida, a pagar também o preço de um regime em que, ao contrário do que acontece com a saúde, que

tem um serviço público, um Serviço Nacional de Saúde, disseminado no território como um direito social que é

organizado pelo Estado, no campo do cuidado dos idosos, temos o monopólio de uma resposta privada, que

não tem, sequer, a capacidade de controlo, de intervenção centralizada que tem o Serviço Nacional de Saúde.

Estamos também a pagar o preço, em certa medida, de privilegiarmos um modelo de institucionalização, face

a outros modelos e a outras respostas, que passariam muito mais, não apenas pela permanência no domicílio,

mas também por respostas institucionais diferentes dos lares, como tem vindo a ser tentado, por exemplo, em

algumas aldeias, com modelos mais humanos e com modelos que, até do ponto de vista do isolamento e da

contenção da pandemia, são muito mais eficazes do que a concentração de pessoas numa mesma instituição.

Finalmente, estamos também, e está o Governo a insistir em respostas que repetem erros antigos. O reforço

de profissionais que foi feito nos lares não teve em conta que nós precisamos de profissionais com condições,

também. Isto é, o reforço de profissionais, o programa de reforço de profissionais que o Governo pôs no terreno

mandou para os lares pessoas que nem sequer um contrato de trabalho têm. São desempregados que recebem

uma bolsa, que se soma ao seu subsídio de desemprego, para irem reforçar a intervenção nos lares e para

responderem às lacunas de pessoal.

A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Peço-lhe que conclua, Sr. Deputado.

O Sr. José Moura Soeiro (BE): — Concluo, Sr.ª Presidente.

Ora, nós precisávamos, precisamente, de um plano articulado entre saúde e segurança social, capaz de dar

recursos qualificados e de também aproveitar esta oportunidade para multiplicar as respostas domiciliárias e

outros modelos institucionais.

Pela parte do Bloco de Esquerda, esperamos que ainda estejamos a tempo de iniciar esse caminho.

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Clara

Marques Mendes, do Grupo Parlamentar do PSD.

A Sr.ª Clara Marques Mendes (PSD): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados, Sr. Deputado João Almeida,

começo por felicitar o CDS por trazer uma temática tão importante, sobretudo nesta altura e agora que vamos

entrar num novo confinamento, a preocupação com os idosos.

De facto, esta é uma preocupação que o PSD acompanha. Tudo aquilo que o Sr. Deputado acabou de referir

é uma preocupação que nós, além de acompanharmos, temos já vindo, com determinadas medidas, a tentar

que a situação se resolva de uma vez por todas e que não haja idosos a ficar para trás, mas, de facto, não é

isso, infelizmente, que estamos a verificar.

O que acontece é que, por exemplo — e o Sr. Deputado também o referiu, e bem —, temos de encontrar

medidas para todos os idosos, independentemente de se encontrarem nas suas residências,

independentemente de se encontrarem em lares, em instituições. E quando falo em instituições, falo em