I SÉRIE — NÚMERO 40
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A Sr.ª Maria Antónia de Almeida Santos (PS): — Exato!
O Sr. Primeiro-Ministro: — … porque o custo do encerramento das escolas não é imediato, ao contrário do custo do encerramento do café, do restaurante ou do pequeno comércio. O problema é que o custo do
encerramento da escola, hoje, vai pagá-lo daqui a 10 ou daqui a 20 anos.
Portanto, politicamente, o que era cómodo era fechar a escola, mas o que é responsável politicamente é
batermo-nos por manter as escolas abertas. É por isso que vamos fazer tudo para poder manter as escolas
abertas.
Aplausos do PS.
Sr. Deputado, temos um total de 5400 escolas públicas — estou só a falar das públicas —, no País todo.
Neste momento, só 13 em 5400 — só 13, neste momento! — estão encerradas por surtos identificados
pelas autoridades de saúde. E sempre que houver um surto, a autoridade de saúde irá encerrar.
Temos um total de 1 140 000 alunos; neste momento, temos 39 000 alunos confinados.
O que é que isto significa? Isto significa que a vigilância médica é feita. Pergunta-me: «Então como é que
sabe?». Por uma razão simples; cada vez que há alguém infetado, há um inquérito epidemiológico e, portanto,
sabe-se quem está infetado e qual é o contexto. Eis os números que sabemos.
Mas há um preço. Lembra-se que, no ano passado, tomámos essa decisão. Eu tomei essa decisão.
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — E gabou-se disso!
O Sr. Primeiro-Ministro: — E, igualmente, perante a mesma ausência de consenso científico que hoje existe.
O Sr. Deputado esteve na mesma sessão em que eu estive, no Infarmed.
O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — E viu, aliás, que, sobre esse tema, houve até um debate bastante vivo entre os diferentes especialistas.
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Houve uma única opinião discordante!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Ouça, era muito mais confortável para todos nós, seguramente, que temos de tomar decisões, podermos ter o conforto de todos os cientistas.
Infelizmente, ao longo desta pandemia, raros foram os momentos em que isso foi possível, o que, aliás, é
natural, porque cada cientista pensa pela sua cabeça e essa liberdade científica é fundamental. E é também
natural que, perante algo que é novo, haja incerteza sobre a posição científica.
O Sr. Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, tem de concluir.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Mas, Sr. Deputado, isto é como quando vamos a conduzir: é fácil para quem está ao lado opinar, mas quem vai a conduzir tem o dever de responsabilidade de saber ouvir, de estar atento
aos sinais, saber quando é que pode acelerar, quando é que tem de travar, quando é que tem de pôr outra
mudança e quando é que tem de mudar de sentido.
Aplausos do PS.
É isso que procuro fazer todos os dias.
Aplausos do PS.