20 DE JANEIRO DE 2021
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para enfrentar e combater. Isto é algo que temos de interiorizar profundamente no nosso comportamento do
dia a dia.
Percebo muitíssimo bem o que isto significa para as pessoas, ao fim de todos estes meses, e a dificuldade
em conviverem com esta restrição das suas liberdades. Estive 15 dias confinado e sei bem o que isso custa!
Felizmente, não estive doente, mas tenho visto muitas pessoas que têm estado doentes, umas, felizmente,
sem sintomas e outras, infelizmente, sofrendo muito com esta doença, mesmo quando não tiveram de ser
hospitalizadas.
Por isso, nós temos mesmo de assumir isto como uma responsabilidade coletiva. Se é fácil dizerem que a
culpa é do Primeiro-Ministro, resolvam a vossa consciência assim; agora, o que não resolvem é a pandemia.
Aplausos do PS.
Portanto, temos de prosseguir esse trabalho e temos de o fazer com sentido de unidade nacional, com
espírito de comunidade, como dizia, há pouco, o Sr. Deputado Adão Silva, de este ser um daqueles momentos
em que é mesmo preciso sentir que dependemos uns dos outros, independentemente das diferenças de
opiniões que fazem com que cada um se sente na bancada onde cada um se senta. E, ao mesmo tempo que
travamos esta batalha pela saúde e pela vida, temos de travar também a batalha pela preservação do
rendimento dos portugueses e de evitar que a pobreza aumente com esta crise, que as desigualdades se
agravem com esta crise. Temos de continuar a lutar para proteger o emprego dos portugueses e para
defender as empresas de Portugal e temos de trabalhar de mãos dadas com os empresários, com os
trabalhadores, com aqueles que perderam o emprego, para que toda a gente sinta que, por mais difícil que
seja este momento, por maiores que sejam as dificuldades que estamos a enfrentar, não vamos deixar
ninguém para trás.
Aplausos do PS.
Esse é um esforço que, de facto, exige a mobilização de recursos. O País terá perdido, no ano passado,
qualquer coisa como 15 000 milhões de euros da sua riqueza nacional e o conjunto das medidas de apoio à
economia, às empresas e às famílias totalizou 22 000 milhões de euros. E cada uma das pessoas pode
perguntar: chega? Claro que não chega! Como é que podemos dizer que chega apoiar 20% da perda de
faturação de um restaurante, se isto significa que não estamos a apoiar os restantes 80% da perda?! O que
isto tem de significar é uma mobilização extraordinária dos recursos nacionais para apoiar o mais possível
aqueles que temos de apoiar. Mas sem ilusões, sem as ilusões falsas de que sairemos desta pandemia sem
feridas e sem cicatrizes! Vamos ter cicatrizes, vamos ter feridas, mas há uma coisa sobre a qual temos de nos
concentrar, que é a de que vamos mesmo conseguir sair desta crise, sarar as feridas e assimilar as cicatrizes.
Isto pode levar tempo, mas é o resultado que vamos conseguir.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, vamos passar, de imediato, à segunda ronda de perguntas e respostas.
Tem a palavra, para formular perguntas, pelo Grupo Parlamentar do PSD, a Sr.ª Deputada Mónica
Quintela.
A Sr.ª Mónica Quintela (PSD): — Sr. Presidente, antes de mais, cumprimento o Sr. Primeiro-Ministro, os Srs. Membros do Governo, as Sr.as Deputadas e os Srs. Deputados.
A propósito da nomeação do procurador europeu, em declarações à imprensa, a 7 de janeiro, o Sr.
Primeiro-Ministro disse, e passo a citar: «A quem compete nomear o procurador que representa Portugal? Ao
Governo. O Governo pura e simplesmente podia ter escolhido quem bem entendesse». Foi isto que o Sr.
Primeiro-Ministro disse em 7 de janeiro.
Entretanto, tendo percebido que tinha de dar explicações à Europa, em carta, de 12 de janeiro, dirigida a
Dacian Ciolos, refere, e passo também a citar, para não haver descontextualizações nem textos truncados: