I SÉRIE — NÚMERO 40
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Portanto, não sabemos onde se situam e as notícias que vieram a público, por parte do Governo, dão conta
de que apenas 788 dos lares estão incluídos no programa de vacinação, ou seja, há cerca de 80% de
instituições que estão fora do radar de proteção.
Sr. Primeiro-Ministro, não é só o PSD que o diz! Vou lembrar que o Partido Socialista apresentou, até no
seguimento dos apelos que o PSD já tinha feito, um projeto de resolução no sentido de o Governo fazer,
relativamente aos lares, o trabalho que não fez em 10 meses.
Portanto, Sr. Primeiro-Ministro, antes de avançar para outras questões, o apelo que aqui lhe deixo é o
seguinte: não deixe nenhum idoso para trás!
Sr. Primeiro-Ministro, agora, há outras duas questões que queria deixar-lhe e que se prendem com os
apoios sociais, já aqui falados, nesta tarde. Gostaria de lembrar que, desde o Orçamento Suplementar,
portanto, desde julho de 2020, o Governo se comprometeu com um conjunto de apoios extraordinários,
designadamente aos trabalhadores e às pessoas mais desprotegidas. A verdade é que, volvidos todos estes
meses, esse apoio não chegou às pessoas.
O que é que acontece? Acontece que Sr.ª Provedora de Justiça, mais uma vez, teve de intervir e tivemos
conhecimento de que enviou uma carta, no início de janeiro, ao Sr. Secretário de Estado da Segurança Social,
dando nota destas dificuldades. Sr. Primeiro-Ministro, não interessa saber se foi a burocracia, se foi a
negligência ou se foi a falta de comunicação do Estado com o cidadão, o que importa é saber quando é que
este dinheiro vai, efetivamente, chegar às pessoas que desesperam por este apoio.
Para terminar, levanto uma outra questão que se prende com as brigadas de intervenção rápida para apoio
aos lares. Esta é uma medida que o PSD já teve oportunidade de saudar, pois consideramo-la, de facto, muito
relevante, mas os resultados têm sido ineficazes face à situação atual. Portanto, Sr. Primeiro-Ministro, a
prioridade das prioridades no apoio aos nossos idosos, aos lares, é a de que estas brigadas possam funcionar
devidamente. Com estes surtos que estamos a conhecer, infelizmente diariamente, pergunto se o Governo
tem planeada alguma ação e se prevê alguma orientação para que sejam reforçadas estas brigadas de
intervenção rápida para apoio aos lares de idosos.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para responder, o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada, como lhe disse, ninguém ficará para trás. Portanto, todos os portugueses serão vacinados e, na ordem de prioridades, as pessoas que estão internadas
em residências, qualquer que seja o seu estatuto, serão vacinadas já. Como é evidente, se há situações que
são fáceis de identificar, que são os lares licenciados, há outras, porventura, mais difíceis, mas estou certo de
que contaremos com a colaboração dos autarcas, das associações humanitárias de bombeiros, dos cuidados
de saúde primários para os podermos identificar. Portanto, chegaremos a todos e é a todos que iremos
chegar, porque temos de proteger todos por igual.
Quanto às recomendações da Sr.ª Provedora de Justiça, merecem sempre a nossa melhor atenção e esse
é, também, o caso da recomendação que referiu.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Passamos ao Grupo Parlamentar do PS. Tem a palavra o Sr. Deputado Porfírio Silva.
O Sr. Porfírio Silva (PS): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo, Sr. Primeiro-Ministro, o PPE (Partido Popular Europeu), a família europeia do PSD, já anteriormente usou o Parlamento
Europeu para tentar desestabilizar o Governo de António Costa.
O Sr. João Paulo Correia (PS): — Bem lembrado!