I SÉRIE — NÚMERO 40
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Também na proteção do emprego, temos o apoio simplificado às microempresas, que paga dois salários
mínimos nacionais por cada trabalhador, e o apoio à redução da atividade, medida dirigida aos trabalhadores
independentes e aos sócios-gerentes, que, neste momento, já abrangeu 230 000 trabalhadores independentes
e sócios-gerentes, provocando um esforço orçamental de 280 milhões de euros.
No apoio às empresas e à economia, temos a criação do Banco de Fomento e a mobilização de mais
linhas de crédito com garantias de Estado. Somam-se mais de 6000 milhões de euros de linhas de crédito,
que já tinham sido lançadas pelo Governo em março, e temos também as moratórias, os seguros de crédito à
exportação e, ainda, os apoios a fundo perdido.
Todos estes apoios de tesouraria às empresas, sejam moratórias, sejam linhas de crédito, sejam apoios a
fundo perdido, são acumuláveis com as medidas de proteção do emprego. Falamos de medidas como o
programa APOIAR, apoio a fundo perdido aos empresários em nome individual e às micro, pequenas e médias
empresas, que já abrangeu 48 000 micro e pequenas empresas, num esforço orçamental de 375 milhões de
euros.
Sr. Primeiro-Ministro, estas medidas foram criadas, como disse, pelo Orçamento do Estado para 2021. Não
esquecemos o que alguns chamaram a este conjunto de medidas. Chamaram, a este conjunto de medidas:
«Distribuir tudo a todos». Não esquecemos isso!
Mas aqueles que acusaram este conjunto de medidas de «distribuir tudo a todos» têm-se esquecido de
dizer, até hoje, que medidas é que deixavam cair, principalmente nesta altura.
Aplausos do PS.
Têm-se esquecido de assumir o motivo por que votaram contra o Orçamento, dizendo que ele distribuía
tudo a todos.
Aqui está o conjunto das medidas que são essenciais para proteger o emprego, o rendimento das famílias
e para apoiar as empresas.
Deixo-lhe uma pergunta para finalizar a intervenção, uma pergunta que muitos empresários fazem: o que é
que se pode perspetivar, a curto e a médio prazo, no Plano de Recuperação e Resiliência, naquilo que diz
respeito ao apoio ao investimento e ao financiamento e à capitalização por parte das empresas?
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro António Costa, para responder.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado João Paulo Correia, muito obrigado. O Plano de Recuperação e Resiliência é absolutamente vital para a recuperação da nossa economia, aliás,
para a recuperação das economias na Europa.
O primeiro passo fundamental é, espero eu, o agendamento, com carácter de urgência, como o Governo
solicitou, da ratificação da decisão que permite à União Europeia aumentar o teto dos recursos próprios e
proceder a uma emissão histórica de dívida conjunta para financiar esse plano.
O segundo momento, igualmente importante, é este: esperemos que rapidamente, no início da Presidência
portuguesa, seja possível concluir o processo de aprovação, no Parlamento Europeu, do regulamento que cria
este do Plano de Recuperação e Resiliência.
O terceiro momento é o seguinte: uma vez concluído todo o processo de ratificação nos diferentes
parlamentos nacionais e uma vez aprovado o regulamento no Parlamento Europeu, a Comissão Europeia
estará em condições de emitir a dívida e os Estados estarão em condições de formalizar a entrega dos planos
de recuperação.
Como sabe, fomos dos primeiros países a entregar o primeiro projeto, logo a 14 ou 15 de outubro. As
negociações com a Comissão Europeia têm vindo a decorrer de uma forma muito positiva. Portanto, a minha
convicção é a de que, assim que o conjunto destes instrumentos esteja em vigor, teremos boas condições
para ver o nosso programa aprovado e para podermos começar a receber as verbas necessárias.
Contudo, o Orçamento do Estado contém, entre outras importantes medidas para enfrentar a crise, uma
medida que nos permite antecipar parcialmente as verbas que iremos receber futuramente, com o Plano de