20 DE JANEIRO DE 2021
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Recuperação e Resiliência. São mais de 1000 milhões de euros que estão previstos no Orçamento do Estado
para permitir antecipar a mobilização de recursos, para começar a executar o Plano de Recuperação e
Resiliência.
Contamos, assim, que a Assembleia aprove a ratificação da decisão dos recursos próprios da União
Europeia e que o Parlamento Europeu aprove o regulamento para que se possa começar a mobilizar também,
desde já, esses recursos para apoiar a reanimação da economia portuguesa.
Temos de o fazer para responder às necessidades imediatas, mas temos de o fazer sem perder a visão
estratégica do futuro e sem perder de vista que os dois objetivos fundamentais adotados pela União Europeia
como motores da recuperação e da resiliência da Europa são exatamente duas das quatro opções das
prioridades estratégicas do Governo português, a transição climática e a transição digital.
É aí que devemos concentrar o grande esforço de investimento e de reforma do nosso plano de
recuperação.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Ainda no tempo de intervenção do Grupo Parlamentar do PS, tem a palavra a Sr.ª Deputada Maria Antónia de Almeida Santos.
A Sr.ª Maria Antónia de Almeida Santos (PS): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Sr.as e Srs. Ministros, Sr.as e Srs. Deputados, vivemos, de facto, momentos muito difíceis e Portugal não é exceção.
Uma vez que os vivemos e que Portugal é um Estado de direito — e vai continuar a sê-lo —, é bom
reforçar todos os investimentos que foram enumerados hoje, que não vou repetir, e o facto de Portugal ter feito
um caminho no sentido de controlar esta pandemia.
Sr.as e Srs. Deputados, o Governo não se tem poupado para controlar a pandemia, aumentando o número
de profissionais e a capacidade instalada. O próprio Serviço Nacional de Saúde tem-se reinventado.
Por isso, estamos muito gratos a todos os profissionais de saúde, a todos aqueles que, no dia a dia,
mesmo sem fazerem posts, mesmo sem gerirem os seus egos, têm conseguido fazer o inexcedível.
Aplausos do PS.
Sr.as e Srs. Deputados, a situação é difícil e o Governo tem imposto medidas que são difíceis também,
reduzindo a nossa mobilidade e impondo regras de confinamento, muitas vezes — tenho de o reconhecer —
mais do que o socialmente suportável. Mas, Sr. Primeiro-Ministro, queria dizer-lhe que a saúde de todos assim
exige e cá estamos todos para cumprir, por mais difícil que seja.
Sr. Primeiro-Ministro, para controlar, precisamos de conhecer, pelo que gostava de saber como é que o
Governo tem encarado o seguimento dos inquéritos epidemiológicos. Sr. Primeiro-Ministro, ouvimos dizer que
iam recrutar várias pessoas para ajudarem nesses inquéritos e, por isso, agradeço se nos puder dar alguma
novidade.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Maria Antónia de Almeida Santos, sim, o reforço do rastreamento é uma peça fundamental, porque é aquela que permite rapidamente identificar quem são os
contactos de risco e proceder também à avaliação, como também é uma peça fundamental para tentar
identificar o local de contágio e ir à raiz daquela cadeia de contaminação, de modo a alargar o combate,
permitindo restringir o mais rapidamente possível e quebrar as cadeias de transmissão.
Essa capacidade tem vindo a ser progressivamente reforçada, ao longo destes meses. Já tivemos
momentos muito difíceis, com mais de 30 000 inquéritos por fazer — por exemplo, em meados de novembro
—, e agora, numa situação bem mais difícil, temos um número muito elevado de inquéritos por concluir mas a