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20 DE JANEIRO DE 2021

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O Sr. Porfírio Silva (PS): — E o líder do PPE até desenvolveu uma campanha — sublinho, uma campanha — para pedir sanções contra Portugal. Não foram sanções contra o PS, não foram sanções contra o Governo,

foram sanções contra Portugal!

O Sr. José Luís Carneiro (PS): — Bem lembrado!

O Sr. Porfírio Silva (PS): — Vencemos a manobra nessa altura e vamos voltar a vencê-la também desta vez!

Aplausos do PS.

Sr. Primeiro-Ministro, queria voltar a falar no esforço que está a ser feito para manter as escolas abertas,

apesar de as suas respostas terem sido, no essencial, muitíssimo claras. Nós queremos também deixar clara

a nossa posição.

É certo que temos de estar sempre preparados em função de novidades, designadamente se notarmos a

presença importante de uma nova estirpe do vírus, mais contagiosa e mais ameaçadora, para mudar de

posição e rever as medidas. Não temos uma posição dogmática e o que nos preocupa são as pessoas, mas

queremos aqui dizer que apoiamos claramente o Governo no sentido de fazer todos os esforços para manter

as escolas a funcionar em regime presencial. E porquê? Porque sentimos o dever de falar por quem não tem

voz! Há crianças para quem a escola é a única âncora segura da sua vida. Não pensemos só nas famílias

desafogadas, nas famílias que têm bibliotecas e quartos confortáveis para os seus filhos em casa, que têm

sempre mesa farta, pensemos também nos que sofrem descuidos, violência, carências várias.

Pensemos naqueles cujos pais têm de continuar a sair de casa para que nós possamos continuar a ter

alimentação, eletricidade e gás, para podermos continuar a viver. Esses, muitas vezes, não têm voz no espaço

público.

Há quem diga: «Fechemos as escolas, porque um ano ou dois não importam, recupera-se mais tarde.»

Mas temos, nas nossas escolas, muitas centenas de milhares de crianças e de adolescentes que estão em

idades decisivas do seu desenvolvimento e nem sempre é verdade que o que se perde agora se recupera

mais tarde.

É que não se trata só de aprendizagem escolar. Trata-se de desenvolvimento cognitivo, de

desenvolvimento sócio-motor, de desenvolvimento emocional e social, que são, obviamente, afetados quando

os nossos filhos e netos ficam fechados em casa, porque o computador não substitui a relação educativa, não

substitui a relação humana e não substitui a relação social.

Aplausos do PS.

Esta perda no desenvolvimento vai custar muito nos próximos anos, nomeadamente em saúde, na saúde

mental e na saúde física. Alguns estão a fazer as contas ao custo que isto vai ter em termos económicos. Nós

estamos a fazer as contas ao custo que isto vai ter em termos de saúde e de equilíbrio das famílias.

Lembramo-nos bem — porque os Deputados do nosso grupo parlamentar falaram com centenas de

escolas, desde o princípio da pandemia —, no primeiro confinamento, dos diretores e das diretoras que nos

diziam: «Temos uns alunos, que não são muitos, são 10 ou 20, que não somos capazes de contactar. Estão

desaparecidos. Tivemos de pedir à junta de freguesia para procurá-los.»

Por esses, ninguém fala. Mas nós falamos! Temos de falar por eles, de protegê-los, e não podemos ser

ligeiros!

Aplausos do PS.

Apoiamos o Governo neste esforço, mesmo que não sejamos dogmáticos e que, eventualmente, tenhamos

de rever as medidas, se a situação a isso obrigar.

Aplausos do PS.