20 DE JANEIRO DE 2021
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diferente do que é a política tradicional. Nenhum cidadão português vai votar mais A ou mais B porque
fechámos o restaurante às 13 horas ou porque permitimos que os restaurantes funcionassem até às 15 horas
e 30 minutos.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Ninguém disse isso!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Aquilo que os portugueses verdadeiramente querem — e querem mesmo! — de todos nós é que nos foquemos naquele que é, muito claramente, o único objetivo que temos de ter, que é o
de controlar a pandemia, proteger a saúde das pessoas e salvar vidas.
Há diversas formas de o fazer? Claro que sim. Deve haver diferentes ideias para isso? Claro que sim! É por
isso que é importante que esta Assembleia se mantenha em funcionamento. É por isso que é importante que
não haja uma suspensão da democracia. É por isso que é importante que haja propostas que venham do
Bloco de Esquerda, que venham do CDS-PP, que venham do PCP, que venham de Os Verdes e que venham
até do PSD!
A Sr.ª Clara Marques Mendes (PSD): — Até!
Risos.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Que venham de todos, porque, seguramente, há uma coisa sobre a qual não tenho a menor das dúvidas: é que, no espírito de todos e de cada um destes Srs. Deputados, só está um
objetivo, o bem do País e o bem dos portugueses, ainda que sob pontos de vista diferentes.
É esse, também, o nosso ponto de vista e dele não nos vamos desviar.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, ainda no tempo do PS, o Sr. Deputado João Paulo Correia.
O Sr. João Paulo Correia (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Membros do Governo, Sr. Primeiro-Ministro, o Orçamento do Estado para 2021 está em vigor há 19 dias e foi apresentado e defendido aqui, na Assembleia
da República, pelo Governo e pelo Partido Socialista como um Orçamento de combate à pandemia.
O Orçamento é o «chapéu» das medidas essenciais que estão em curso, quer na proteção do emprego,
quer na proteção dos rendimentos, quer no apoio à economia e às empresas.
Na proteção dos rendimentos, essas medidas são: o aumento do salário mínimo nacional; o aumento
extraordinário das pensões mais baixas;…
A Sr.ª Clara Marques Mendes (PSD): — Para pagar o que está em falta!
O Sr. João Paulo Correia (PS): — … o aumento do subsídio de desemprego; o prolongamento, por mais seis meses, em 2021, do subsídio de desemprego; a proibição do corte dos serviços essenciais, como luz,
água e gás; a nova prestação social, que foi criada e dirigida a todo o tipo de trabalhadores — por conta de
outrem, independentes ou em situação de desproteção social e até a sócios-gerentes —, que irá chegar a
cerca de 258 000 pessoas.
Do lado da proteção do emprego, temos o layoff a 100%, uma medida aprovada pelo Orçamento do Estado
para 2021, e, de igual forma, o apoio à retoma progressiva da atividade também pagará 100% do vencimento
dos trabalhadores.
Estas duas medidas já abrangeram 130 000 empresas, já pagaram a um milhão de trabalhadores e já
provocaram um esforço orçamental superior a 1000 milhões de euros.
Aplausos do PS.