4 DE FEVEREIRO DE 2021
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Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Passamos à intervenção do Grupo Parlamentar do PAN. Tem a palavra a Sr.ª Deputada Bebiana Cunha.
A Sr.ª Bebiana Cunha (PAN): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Começamos por saudar os mais de 4000 peticionários que, em boa verdade, dão voz a uma população de cerca de 30 000 habitantes.
O fecho das urgências do hospital de Salreu e de outros serviços existentes tem servido unicamente para
sobrecarregar o hospital de Aveiro e também o hospital de Santa Maria da Feira, sendo que este último dista a
mais de 25 km.
Se já antes do atual contexto sanitário a urgência da resolução destes problemas, quer em termos de
recursos humanos, quer em termos de infraestruturas, era muito pertinente, esta crise sanitária que vivemos
veio acentuar ainda mais estas necessidades e trazer mais exigências.
A melhoria dos recursos em infraestruturas deverá ser aliada a um reforço de profissionais, de forma a que
os utentes possam ser devida e rapidamente assistidos, fazendo-se assim um caminho no que deve ser um
trajeto a nível das desigualdades no acesso à saúde, nomeadamente as de caráter territorial, como é o caso.
O hospital de Salreu, já aqui foi referido, tem um edificado muito antigo e necessita de uma reforma estrutural
e de um investimento em serviços, equipamentos e recursos humanos.
Esta petição não é, contudo, a primeira manifestação de preocupação das populações, sendo que já em
2006 um abaixo-assinado, com mais de 12 000 assinaturas, foi entregue ao então Ministro da Saúde, não tendo
sido dado, ao que sabemos, qualquer seguimento na tentativa de resolução deste problema.
Quinze anos depois, os problemas não foram resolvidos, antes pelo contrário, agravaram-se, e o que se
continua a assistir é a um contínuo jogo do empurra entre os partidos que têm governado Portugal. No meio
deste jogo, ficam para trás as necessidades da população.
Portanto, o Governo não pode continuar a adiar estas respostas. Se, de facto, este contexto sanitário e esta
crise que vivemos veio provar ainda mais a urgência de mudança de paradigma na forma como nos
relacionamos com o meio ambiente, também veio mostrar as fragilidades e carências no nosso sistema de
saúde, sobre o qual é necessário fazer não só uma reflexão séria e aprofundada, mas também fazer planos de
ação que, realmente, mudem aquele que tem sido o constante empurrar para debaixo do tapete de um setor tão
importante como é o da saúde e que o contexto que vivemos bem tem posto à prova.
Por isso, dizemos apenas que acompanharemos todas as iniciativas apresentadas.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Muito obrigada, Sr.ª Deputada, pelo cumprimento escrupulosíssimo do tempo.
Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Susana Correia.
A Sr.ª Susana Correia (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Começo por saudar os mais de 4000 peticionários da petição sobre a reabertura do serviço de urgência do Hospital Visconde de Salreu, em Estarreja.
O Hospital Visconde de Salreu, no concelho de Estarreja, distrito de Aveiro, abrange uma área de influência
de nove concelhos daquele distrito e desenvolve a sua atividade nas três unidades hospitalares — Aveiro,
Águeda e Estarreja — num modelo de complementaridade e de eficiência e numa filosofia de integração de
cuidados de saúde.
Esta integração, assente numa abordagem em rede, tem motivado a requalificação de instalações, como
aconteceu com a remodelação do bloco operatório para a cirurgia de ambulatório no polo de Águeda e com a
intervenção desenvolvida no Hospital Visconde de Salreu, que permitiu acolher a primeira unidade de cuidados
paliativos da região de Aveiro, uma importante e revelante unidade para aquela região.
Está previsto um plano de desenvolvimento para o Hospital Visconde de Salreu, que prevê: a criação de uma
unidade de convalescença da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, com a consequente
reabilitação do edifício do Hospital Visconde de Salreu, num investimento de 1,5 milhões de euros; o reforço da
capacidade de radiologia, com a aquisição de novo equipamento radiológico; e o reforço da medicina física e de
reabilitação.