I SÉRIE — NÚMERO 44
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Só no ano de 2020, houve um aumento de mais de 30% do número de insolvências face ao período
homólogo. Isto penaliza a economia, aumenta o desemprego e desprotege as famílias.
Sr.as e Srs. Deputados, ainda ontem ouvimos o Sr. Ministro da Economia dizer que as medidas de apoio à
economia e ao emprego funcionaram até agora. Podemos dizer: é verdade que essas medidas funcionaram
para alguns, mas também é verdade que essas medidas não funcionaram para todos.
Durante muitos meses, os sócios-gerentes estiveram sem apoios, sem medidas, ou seja, estiveram até
agosto votados a um completo abandono. Os sócios-gerentes ainda precisam de ajuda e este projeto de lei do
CDS vem trazer justiça aos sócios-gerentes e aos trabalhadores independentes.
Mas também é preciso trazer justiça a todos aqueles que iniciaram uma atividade, a todos aqueles que
constituíram a sua empresa, que investiram no seu negócio e que o fizeram no final de 2019 ou no início de
2020 e que hoje, face às regras que existem, não têm apoios, não têm a quem recorrer e veem o seu sonho
transformar-se num autêntico pesadelo.
Sr.as e Srs. Deputados, neste debate, não podemos esquecer o seguinte: não podemos esquecer, por parte
do Governo, os inúmeros anúncios, os PowerPoints, os estudos, os diagnósticos, os vários programas, ou seja,
não podemos esquecer aquela que foi a enorme propaganda socialista. Mas, Sr.as e Srs. Deputados, o País não
precisa de propaganda; o País precisa de ajuda, o País precisa de efetivos apoios!
Quero aproveitar esta intervenção para fazer uma homenagem a todos aqueles que são empresários e que
estão a conseguir passar esta crise, aqueles que, com enorme resiliência e com enorme sacrifício, estão a
conseguir manter postos de trabalho, que conseguem manter a sua atividade e com isso estão a contribuir para
a economia do País.
Mas não só: temos também de lembrar, por exemplo, o caso dos contabilistas que, todas as semanas, têm
de lidar com nova legislação e medidas avulsas que vão surgindo, de todas as maneiras e feitios, e que são,
também eles, um suporte aos empresários e às nossas empresas.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, termino com uma palavra de esperança, no sentido de que o Partido
Socialista possa aprovar este projeto de lei do CDS.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr. Deputado, queira concluir.
O Sr. João Gonçalves Pereira (CDS-PP): — Termino já, Sr. Presidente. Este é um projeto de lei que, como disse há pouco, traz justiça, precisamente, aos sócios-gerentes e aos
trabalhadores independentes.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado João Cotrim de Figueiredo.
O Sr. João Cotrim de Figueiredo (IL): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Quero dedicar este minuto liberal a todos os sócios-gerentes e trabalhadores independentes que ficaram como que esquecidos durante a
primeira vaga. Neste regime estatizante que o PS montou, fazer pela vida sem estar encostado ao Estado, se
calhar, também passou a ser antipatriótico, criminoso ou, quem sabe, parte de uma conspiração internacional.
Só à sexta revisão do regime de layoff e dos sistemas de apoio, com muita insistência da Iniciativa Liberal e
de outros partidos, é que a sua situação passou a estar contemplada de uma forma expedita, mediante o
preenchimento de um formulário na Segurança Social Direta atestando a quebra na faturação. Mas isso foi em
2020, porque, em 2021, voltou o labirinto kafkiano a que este Governo já nos habituou.
Vejam lá, Srs. Deputados, se conseguem acompanhar a lógica deste ano. O apoio aos sócios-gerentes e
trabalhadores independentes apenas se aplica aos negócios que o Governo mandou encerrar por decreto. Os
outros vão para o apoio à retoma.
No apoio à retoma, os sócios-gerentes só são apoiados se a empresa tiver trabalhadores. Os outros vão para
o apoio extraordinário ao rendimento dos trabalhadores independentes.
Como o apoio extraordinário ao rendimento dos trabalhadores independentes exige condição de recursos,
só está disponível se o agregado familiar — o agregado! — tiver rendimentos abaixo de 501 €. Os outros vão…
nem sei para onde é que os outros vão! O que sei é que isto está errado.