12 DE FEVEREIRO DE 2021
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Proporemos a prorrogação automática dos subsídios de desemprego e social de desemprego para todas e
todos aqueles que caíram no limbo criado pelo Governo e que, tendo acabado o direito a estes subsídios no
final do ano passado, ficaram sem qualquer apoio.
Da mesma forma, clarificaremos o acesso dos recibos verdes aos apoios existentes, terminando com a
confusão instalada, bem como pretendemos eliminar a atual discriminação dos sócios-gerentes.
Um Governo que poupa entregando as vítimas à crise que se instala está a falhar em respostas essenciais.
É por isso que tem de se fazer melhor não cedendo nem às desigualdades, nem aceitando o empobrecimento
do País. Será esta a proposta do Bloco de Esquerda.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Pelo Grupo Parlamentar do PCP, tem a palavra o Sr. Deputado João Oliveira.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: O estado
de emergência e o confinamento são exceção, não são solução. O prolongamento da situação atual é
insustentável quer pelos problemas económicos e sociais que daí resultam, nomeadamente no plano do
emprego, quer por razões de saúde de toda a população.
É insustentável a situação em que se encontra mais de um milhão de famílias, muitas delas sujeitas a
teletrabalho, com os filhos em casa em ensino à distância ou à sua guarda.
As medidas restritivas e o confinamento têm consequências profundas e muito negativas nas condições
gerais da saúde dos portugueses, incluindo a saúde mental e com especial preocupação para as crianças e
jovens e também para os idosos. Têm consequências na destruição de emprego, na perda de salários e
rendimentos das famílias, na degradação das condições de vida, nas dificuldades de acesso a bens e serviços.
Não é aceitável que essas consequências sejam desvalorizadas e se queira dar a ideia de que Portugal pode
continuar indefinidamente em estado de emergência e em situação de confinamento. Por isso, insistimos, o
estado de emergência e o confinamento são exceção, não são solução.
Portugal precisa de encontrar uma resposta eficaz que trave a epidemia no imediato e impeça o seu
recrudescimento no futuro, adotando medidas sanitariamente adequadas, mas também equilibradas quanto aos
seus impactos económicos e sociais.
Avançar com a vacinação, aumentar e planificar o rastreio e a testagem de contactos e reforçar os
profissionais de saúde do SNS, por um lado, e proteger os trabalhadores que continuam a trabalhar, defender o
emprego, apoiar desempregados e PME (pequenas e médias empresas) e avançar com medidas que permitam
abrir, o mais rapidamente possível, e em condições de segurança sanitária, as atividades que foram encerradas,
nomeadamente escolas, atividades culturais e desportivas, a restauração e o comércio, por outro lado, são as
grandes prioridades a considerar face à situação que vivemos e aos desafios que temos pela frente.
No plano da saúde, a prioridade tem de ser travar a epidemia no imediato e criar condições para que o
descontrolo da sua propagação não se repita no futuro.
A vacinação e o reforço das equipas de saúde pública de que falamos desde março de 2020, equipas
responsáveis pelo trabalho de identificar, de isolar e de testar contactos são elementos fundamentais da resposta
que precisamos neste momento, mas de que também precisamos no futuro para garantir que a situação não se
descontrola.
O avanço na vacinação é, aliás, um dos elementos mais relevantes para que os portugueses possam encarar
o futuro com maior confiança.
O que vai o Governo fazer face à falta de vacinas por incapacidade de produção e recusa de suspensão de
patentes por parte das farmacêuticas com quem a União Europeia fez os contratos que, neste momento,
amarram o nosso País?
Vai ou não o Governo avançar com medidas para a diversificação da aquisição de vacinas, garantindo a sua
disponibilidade em condições de segurança e eficácia de forma a que se cumpram os objetivos definidos no
plano de vacinação?
No plano económico e social, as prioridades não são hoje diferentes daquilo que eram antes. É preciso
garantir a proteção sanitária de quem continua a trabalhar presencialmente, nomeadamente nos serviços
essenciais, seja na deslocação para o trabalho, seja nos próprios locais de trabalho.