O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 45

24

tecnológicos, reforçar os profissionais das várias áreas, porque não são só os currículos que têm de ser

cumpridos. Tem de ser cumprido o compromisso de não permitirmos que as crianças e jovens não carreguem

para o futuro as mazelas que a pandemia provocou e ainda vai provocar.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado André Ventura, do Chega.

O Sr. André Ventura (CH): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Quando esta pandemia começou prometemos

que não deixávamos ninguém para trás, mas deixámos. Deixámos para trás o pequeno comércio, que hoje se

afunda nas rendas que não consegue pagar; deixámos para trás as agências de viagens, a segurança, os

eventos; deixámos para trás as nossas forças de segurança e as Forças Armadas; deixámos para trás a

restauração — hoje sabemos que 60% se encontram em insolvência e milhares já não conseguem pagar os

salários.

Perante isto, ficamos em silêncio. O silêncio devastador de uma pandemia que não olha a meios nem a

pessoas, mas que tem vindo a destruir, com a passividade do Governo, o tecido económico português.

No meio disto, já não temos dinheiro para o APOIAR.PT nem para o APOIAR RESTAURAÇÃO. E olhamos

incrédulos para aquilo que é o futuro. Deixámos todos para trás.

Não, não deixámos todos para trás. Não deixámos para trás aqueles autarcas que fizeram batota no processo

de vacinação, muitos deles vereadores socialistas, que passaram à frente daqueles que deveriam ter sido

vacinados, como soubemos, ainda hoje, ter acontecido na Câmara Municipal de Lisboa.

Não, não ficaram todos para trás, porque alguns andaram em ziguezague a ver se nos enganavam. Espero

que terminem onde devem terminar, com o Estado a colocá-los na cadeia, porque é para isso que serve Portugal,

para dar um exemplo de Estado de direito.

Deixámos os bombeiros por vacinar. E dizemos agora aos polícias que há um plano que está em finalização.

E este Ministro da Administração Interna diz que o plano está quase a terminar.

Ficamos a saber que passámos a uma democracia com falhas; perdemos a noção e o catálogo de

democracia plena.

Sr. Presidente e Srs. Deputados, o Partido Socialista falou hoje do «milagre». Também vos vou falar de uma

expressão bíblica, que diz «aquele que te guarda nunca dorme». E ficamos a saber que o Governo português

não só está sempre a dormir, como ninguém nos guarda da iminente catástrofe que se aproxima de Portugal.

O que tem acontecido é um Governo de Portugal a olhar para o lado enquanto se morre, a olhar para o lado

enquanto as falências aumentam, a olhar para o lado enquanto aqueles que lutam na linha da frente perdem a

noção do que é lutar por Portugal!

Vergonha de nós, vergonha de Parlamento e vergonha de Governo, que não consegue dar um cartão

vermelho quando o Governo nos lança para uma das maiores catástrofes da nossa história!

Temos de mudar, e se não conseguirmos mudar vergonha de nós, que seremos responsáveis por manter

este Governo em funções!

Protestos do PS.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Isto é que é um pastor evangélico!

O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado João Cotrim de Figueiredo.

O Sr. João Cotrim de Figueiredo (IL): — Sr. Presidente, Sr. Ministro da Administração Interna, Sr. Secretário

de Estado dos Assuntos Parlamentares, Sr.as e Srs. Deputados: Esta renovação do estado de emergência ocorre

num momento em que há quem diga que algo parece estar a mudar. Vislumbram-se sinais de mudança no plano

de testes, na coordenação da vacinação, na organização do rastreio. Até o recurso e a cooperação dos privados

é finalmente elogiada, num exercício de hipocrisia que já não nos espanta.

Há algo que convém deixar, desde já, muito claro: estes sinais não constituem uma mudança real e são

insuficientes para inverter a desastrada condução do combate a esta pandemia por parte do Governo.