12 DE FEVEREIRO DE 2021
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feito pelo Governo Regional, que basicamente levou à auditoria da Comissão Europeia, ou mesmo a concessão
sem nenhum concurso a uma entidade que, por acaso, já tinha essa concessão. Mas foi feita sem concurso.
Ora, estes factos não são neutros para a avaliação da Comissão Europeia sobre a Zona Franca da Madeira.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr. Deputado Carlos Pereira, agradecia que terminasse.
O Sr. Carlos Pereira (PS): — Termino já, Sr. Presidente.
Por isso, o que me parece muito relevante é que este diploma vem no caminho que, de facto, é preciso
percorrer para a credibilização da Zona Franca da Madeira, que é, por um lado, a prorrogação dos benefícios
fiscais e, por outro, a acomodação da interpretação da Comissão Europeia, que me parece muito relevante.
Termino dizendo só que o Partido Socialista solicitará a baixa deste diploma à comissão, sem votação, no
sentido de encontrar o caminho para responder a estas questões que acabei de colocar.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem, agora, a palavra o Grupo Parlamentar do PSD, que é o
último grupo parlamentar a intervir neste ponto, por ter sido o autor de uma iniciativa.
O Governo pede para informar que, na sua intervenção seguinte, juntará o tempo de que ainda dispõe ao
tempo próprio para o encerramento. Portanto, assim vamos proceder.
Tem a palavra, então, para uma intervenção, a Sr.ª Deputada Sara Madruga da Costa, do PSD.
A Sr.ª Sara Madruga da Costa (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados:
O debate demonstrou que as duas iniciativas em discussão, apesar de distintas, têm um propósito comum e
consideramos que hoje damos um passo significativo no sentido de criar as condições necessárias para
encontrar, em sede de especialidade, um entendimento e uma proposta comum que vá ao encontro dos
interesses da Madeira.
Sr.as e Srs. Deputados, o caminho tem sido longo e cheio de obstáculos, mas continuamos a acreditar que
será possível encontrar uma solução e fazer aprovar uma proposta que assegure a manutenção do CINM.
Sr.as e Srs. Deputados, sejamos sérios. Em nenhum momento o relatório da Comissão Europeia colocou em
causa a subsistência deste regime. O que o relatório faz é detetar as irregularidades que decorrem de dúvidas
interpretativas que a Comissão Europeia também teve durante 15 anos, não tendo solicitado qualquer
clarificação da legislação nacional no sentido de esclarecer essas dúvidas. Portanto, também é necessário
algum rigor da parte das Sr.as e Srs. Deputados nesta matéria.
É muito fácil vir aqui mostrar conceitos, continuar a acusar a Zona Franca da Madeira de ser um paraíso
fiscal, quando sabemos que não é, vir comparar a Zona Franca com paraísos fiscais que nem são auditados
pela Comissão Europeia, o que não é o caso de que estamos aqui a falar. Portanto, é muito fácil vir aqui criticar
sem apresentar soluções.
Como nota final, infelizmente, lamentamos o profundo desconhecimento que ainda grassa na posição dos
partidos da extrema esquerda em relação a esta matéria. Numa altura de grave crise pandémica, de luta pela
manutenção dos postos de trabalho e pela subsistência económica, a extrema esquerda continua a virar as
costas aos trabalhadores, continua a virar as costas ao povo madeirense e à vontade dos seus órgãos de
governo próprios e continua a colocar a ideologia e o dogma acima de tudo. No fundo, continua sem perceber a
importância do CINM como veículo de internacionalização da economia de uma região ultraperiférica como a
Madeira, o seu efeito multiplicador no turismo e em outras áreas conexas.
Sr.as e Srs. Deputados, é disto que estamos a falar: de um mecanismo e de um instrumento de
internacionalização da economia, que é muito importante quer para a receita fiscal, quer para os postos de
trabalho, quer para as outras atividades conexas, como o turismo.
Sr.as e Srs. Deputados, vir aqui constantemente criticar e mostrar conceitos sem apresentar soluções e sem
apresentar uma proposta alternativa é muito fácil. Não é isso que o PSD faz. O PSD é um partido responsável
e apresentou, mais uma vez, uma solução alternativa que é viável, que cumpre todos os requisitos, que está em
harmonia com as dúvidas suscitadas pela Comissão Europeia e que não põe em causa normas nacionais nem
normas de direito comunitário.