I SÉRIE — NÚMERO 45
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Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Muito obrigado, Sr.ª Deputada Sara Madruga da Costa.
Tem agora a palavra, para o encerramento, em nome do Governo, o Sr. Secretário de Estado Adjunto e dos
Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes. Faça favor.
O Sr. Secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Fiscais: — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados,
vou aproveitar o tempo do debate que me resta e o tempo do encerramento para fazer duas coisas, sendo que,
em primeiro lugar, irei tocar alguns pontos que aqui foram focados.
Sr.ª Deputada Cecília Meireles, rejeito totalmente a acusação que é feita nesse parecer da Assembleia
Legislativa e Regional da Madeira. Quero mesmo dizer-lhe, Sr.ª Deputada, que acho que o Governo da Região
Autónoma da Madeira tem a obrigação de ser testemunha pública da cooperação institucional absolutamente
impecável que o Governo da República teve sempre com o Governo da Região Autónoma.
Aplausos do PS.
Não há um único passo neste processo que tenha sido dado sem o conhecimento prévio e a concordância
do Governo Regional da Madeira, e espero bem que o Governo Regional da Madeira o possa confirmar
publicamente, porque essa é a verdade e continuará a ser a verdade, dado que o respeito pela autonomia
regional e o respeito pela cooperação institucional são absolutamente determinantes para a ação do Estado
Sr. Deputado José Luís Ferreira, relativamente à recuperação das ajudas ilegais, o Governo Regional da
Madeira já me devolveu o despacho assinado em que é criado um grupo de trabalho entre as entidades
nacionais, Autoridade Tributária e Assuntos Fiscais da Região Autónoma da Madeira (AT RAM), Direção-Geral
dos Assuntos Europeus e Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais do
Ministério das Finanças (GPEARI), para fazer o plano de recuperação das ajudas ilegais que foram concedidas.
Portanto, isso está em curso.
Sr. Deputado André Silva, nesse mesmo despacho está determinado fazer uma avaliação custo/benefício da
Zona Franca da Madeira, com recurso a um estabelecimento de ensino superior público, para que, de uma vez
por todas, haja um estudo que possa fundamentar o que possa ser um novo auxílio. Isto porque o auxílio atual,
Sr. Deputado — é bom que nos situemos —, termina em 2027. Ora, nós não estamos a prorrogar o auxílio que
termina em 2027, Sr. Deputado. O que estamos a fazer, no quadro da prorrogação de auxílios de base regional
— tal como nós trazemos aqui os do RFAI e a DLRR (Dedução por Lucros Retidos e Reinvestidos), que a
Comissão Europeia, no âmbito da pandemia, admitiu prorrogar por um ano —, é prorrogar por um ano a
concessão de novas licenças e teremos este estudo exatamente para fundamentar se vale ou não a pena um
novo regime de auxílios de Estado.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, em matéria de política fiscal, o Governo situa-se num campo muito
claro, que é o campo de quem considera que não pode haver um mercado único justo se não houver uma
harmonização fiscal em todo o território da União Europeia. Mas vale muito pouco os Srs. Deputados de algumas
bancadas virem solicitar a harmonização fiscal quando são os primeiros que são contrários a regras de maioria
qualificada de decisão fiscal porque, neste momento, o maior obstáculo à harmonização fiscal da União Europeia
é exatamente o poder de veto e de bloqueio que determinados países têm nessa matéria.
Aplausos do PS.
É por isso que, sob a Presidência Portuguesa do Conselho da União, vai ser aprovado, provavelmente muito
em breve, o country-by-country reporting (CbC) e a publicitação dos ganhos das multinacionais em cada um dos
territórios da União. E porque é que isso acontece? Porque é uma matéria que considerámos de concorrência
e não uma matéria fiscal e que por isso vai poder ser decidida através de maioria qualificada, sendo que essa
maioria qualificada é aquilo que melhor nos pode ajudar a ter normas de harmonização fiscal.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr. Secretário de Estado, agradeço que conclua, por favor.