19 DE FEVEREIRO DE 2021
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devida a todos na mobilização de recursos públicos para fazer face à situação pandémica que toda a sociedade
atravessa exige bom senso, exige equidade e exige objetividade perante os apoios que têm vindo a ser,
progressivamente, implementados desde março, no Orçamento Suplementar, no Orçamento do Estado para
2021 e, agora, pós-Orçamento, no âmbito das empresas, apoios dirigidos a trabalhadores individuais, apoios
que foram criados, anunciados e, agora, postos em ação através da Portaria n.º 37-A/2021, promulgada em 15
de fevereiro. São medidas que se dirigem especificamente ao setor, medidas a fundo perdido, e, Sr.ª Deputada,
o PSD será o último a poder falar de valores e de caminhos.
Os 42 milhões de euros para o Programa Garantir Cultura são poucos; estes, mais um conjunto amplo de
milhões que aparecem também nesta Portaria, através de programas extraordinários, são poucos. Serão sempre
poucos, Srs. Deputados, porque para fazer à situação em que está a cultura nunca haverá dinheiro suficiente.
Por isso se diz que são mecanismos de apoio, que procuram acompanhar e atenuar, mecanismos que não
podem estar fixos e que têm de ser revisíveis em função da evolução da pandemia, e também se diz que esta
orçamentação prevista diz respeito a uma primeira fase, que deve ser devidamente acompanhada ao longo de
toda a evolução da pandemia. São também medidas que têm um contexto transversal a outras que foram
referidas.
O Sr. Presidente: — Tem de concluir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Rosário Gambôa (PS): — Sr. Presidente, estou a terminar.
Acima de tudo, Srs. Deputados, a mensagem que o Partido Socialista quer deixar é a de que está disponível
para trabalhar e, desde que seja com objetividade e responsabilidade, podemos, juntos, fazer um caminho.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Ana Mesquita, do Grupo
Parlamentar do PCP.
A Sr.ª Ana Mesquita (PCP): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Rosário Gambôa, relativamente a esta matéria,
há ainda muito quem, na cultura, passe fome e quem passe muitas dificuldades. Portanto, o problema que aqui
se coloca consiste em todos aqueles que estão de fora dos apoios previstos e na falta de celeridade de aplicação
destes apoios no terreno.
Em relação a isto, a questão é a seguinte, Sr.ª Deputada: vai o Governo persistir no erro de excluir
trabalhadores destes apoios, nomeadamente como acontece com os outros prestadores de serviços, ou vai o
Partido Socialista acompanhar a proposta do PCP, hoje apresentada, para que isto não aconteça? Esta é uma
questão determinante.
A outra questão determinante, Sr.ª Deputada, é a seguinte: vai o Governo continuar a prever uma prestação
única de um IAS ou, pelo contrário, terá o Partido Socialista a oportunidade de votar favoravelmente a proposta
do PCP para que seja atribuído 1,5 IAS, não apenas como forma de prestação única mas, sim, enquanto se
mantiverem estes constrangimentos? Porque as pessoas não deixam de passar fome se as coisas não reabrirem
e se a cultura não voltar a trabalhar.
O Sr. Presidente: — Tem de terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Ana Mesquita (PCP): — Termino, Sr. Presidente, dizendo que é preciso ir muito mais longe com as
medidas de apoio aos trabalhadores da cultura.
O Sr. Presidente: — Para encerrar o debate, tem a palavra a Sr.ª Deputada Beatriz Gomes Dias, do Grupo
Parlamentar do Bloco de Esquerda.
A Sr.ª Beatriz Gomes Dias (BE): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, queria começar por afirmar que o nosso
compromisso com os trabalhadores da cultura é inequívoco.