26 DE FEVEREIRO DE 2021
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pico de 181 000 para os 73 000 que temos hoje, quase 110 000 casos a menos do que tínhamos há um mês.
Isto prova a adequação plena das medidas, particularmente exigentes, particularmente difíceis, que incidiram
sobre todos, que têm custos excessivos, tremendos, para os mais frágeis e que, por isso, justificam o apoio ao
emprego, como o apoio ao layoff, medidas de apoio às empresas mais frágeis, medidas de apoio aos
profissionais independentes, medidas que permitam a mobilização de esforços. Independentemente do
conhecimento que não temos, independentemente da ânsia de sabermos mais sobre a resposta a uma
pandemia, que teve da ciência uma resposta, como a mobilização de recursos, com uma rapidez jamais
conhecida na história da humanidade, independentemente disso, de facto, é pela redução de contágios que
conseguimos infletir a tendência da pandemia. E é essa redução de contágios que nos traz desses dias pesados
de janeiro à esperança da primavera que se aproxima.
Por isso, o sinal da esperança da vacinação vai também conquistando o seu caminho: atingimos, exatamente
hoje, o número de meio milhão de portugueses que receberam já, pelo menos, uma dose da vacina.
Aplausos do PS.
E essa vacinação é feita com prioridades claras e solidárias.
Os primeiros a serem vacinados foram os profissionais de saúde das estruturas do Serviço Nacional de
Saúde, sobretudo aqueles que, no contexto hospitalar, estavam na primeira linha do combate à pandemia.
Depois, foram aqueles utentes e trabalhadores que estão nos lares e noutras estruturas residenciais para idosos.
Seguidamente, foram aqueles que hoje estão nos setores mais frágeis ou que exigem uma mobilização de
recursos para a resposta. É por isso tão significativo que se tenha já atingido cerca de 20% de vacinação dos
que têm mais de 80 anos de idade. E até já ultrapassámos — respondendo à angústia que alguns tinham — o
indicador definido há duas semanas de mais de 15 000 bombeiros vacinados: são cerca de 16 000 bombeiros
— de resposta de emergência, mas também preparando já a resposta ao desafio de outras exigências, como a
dos incêndios rurais — que, ao dia de hoje, estão já vacinados, como prioridade dentro de uma função essencial
do Estado.
Com estes dados, que, como dizia há pouco uma Sr.ª Deputada, são encorajadores, qual é a resposta? A
resposta é prosseguir, é mobilizar esta unidade que nos permite ter Presidente da República, Governo e julgo
que mais de 90% dos Deputados — que votarão dentro de alguns minutos — mobilizados para perceber que
aspiramos ao desconfinamento, mas que não é tempo de hoje desconfinar, que aspiramos à reativação das
atividades económicas, mas que temos, aqui, de mobilizar os esforços que nos permitam sustentadamente, com
solidez, e o mais rapidamente possível, iniciar essa reativação de atividades.
Este período permitiu-nos, aliás à medida que nas estruturas hospitalares as unidades COVID vão sendo
reduzidas, começar a retomar as respostas, no Serviço Nacional de Saúde, a outro tipo de prioridades, que têm,
quer na sua dimensão cirúrgica, quer na sua dimensão de resposta regular, de ser recebidas.
Este período permitiu-nos, preparando o regresso do ensino presencial, retomar as atividades escolares
numa dimensão de ensino à distância.
Mas também nos permite reforçar o apoio aos mais vulneráveis. Esta estabilidade social é fundamental e, ao
contrário de tantos países, em que estas restrições são acompanhadas por uma crescente conflitualidade social,
os dados em Portugal apontam para uma intervenção essencialmente pedagógica das forças de segurança. Em
Portugal, a eficácia na fiscalização, o apoio às desinfeções, o apoio, pela Guarda Nacional Republicana, a idosos
isolados ou à verificação diária das condições de respeito do isolamento profilático pelos que estão doentes ou
em isolamento não se traduziu num aumento da tensão social. Pelo contrário, os dados provisórios apontam,
em 2020, para uma significativa redução quer da criminalidade geral, quer da criminalidade violenta e grave.
É neste quadro que temos de nos mobilizar hoje, na semana em que vamos ter mais vacinas dadas do que
portugueses infetados, marca que atingiremos no final desta semana. É assim que, com determinação, com
sentido de resiliência e sentido de mobilização de todos, temos de aumentar o espaço de resposta das estruturas
de saúde, temos de aumentar o espaço que permita o regresso à escola, temos de aumentar o espaço que
permita a recuperação de atividades económicas, temos de, sob a esperança da forma como, eficazmente,
respondemos a este pesado inverno, criar a esperança da primavera que vem aí.
Aplausos do PS.