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26 DE ABRIL DE 2021

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Mais do que repetir palavras que já nada acrescentam, a evocação do 25 de Abril deve ser um contributo

realista para rasgar horizontes e dar esperança aos portugueses.

É, pois, com esse espírito e com os olhos no futuro que o PSD presta hoje, uma vez mais, a sua justa

homenagem à histórica Revolução dos Cravos.

Aplausos do PSD, de pé.

O Sr. Presidente da Assembleia da República: — Pelo Grupo Parlamentar do PS, tem a palavra o Sr.

Deputado Alexandre Quintanilha.

Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Alexandre Quintanilha (PS): — Sr. Presidente da República, Sr. Presidente da Assembleia da

República, Sr. Primeiro-Ministro e Membros do Governo, Ilustres Convidados, Sr.as e Srs. Deputados: Quando

aqui reunidos da última vez, era impossível prever o ano difícil que iríamos viver. A incerteza com que ainda

nos confrontamos afeta-nos profundamente. São muitas as imagens de sofrimento que jamais esqueceremos.

Mas hoje percebemos que as metáforas da mola e da luz ao fim do túnel não foram em vão. O crescente

ritmo das vacinações e a progressiva responsabilização cidadã são reconfortantes.

Há dias, António Guterres e a União Europeia viram Joe Biden juntar o seu apelo para uma unidade

mundial em torno de objetivos ambiciosos.

No tema do clima Portugal está na linha da frente dos países. Fomos o primeiro a comprometer-se com a

neutralidade carbónica e o empenho dos Deputados desta Assembleia nesse domínio é quase unânime. A

tarefa da consensualização dos oito projetos de lei submetidos está em curso.

O Eurobarómetro da passada sexta-feira mostra 89% dos portugueses a confiar na União Europeia, uma

confiança que é recíproca e fruto do nosso empenhamento.

O significado deste dia da esperança é agora mais vasto, é o de relembrar a determinação e ousadia

daqueles que tornaram possível a conquista da liberdade e da autoestima dessa esmagadora maioria dos que

sofriam a opressão de um regime baseado na perseguição, no medo e na falsidade.

Mas também é o evento histórico, que é vivido por todos nós, todos os dias: quando jovens, elas e eles,

acreditam e lutam para que os seus sonhos se concretizem ou quando cada um de nós decide quem quer ser,

que profissão exercer, onde viver e com quem quer construir a sua família, o seu futuro e o do planeta.

Foi exatamente há 150 anos que, em referência à data fatídica de 1545, Antero nos convocou para

renascermos, e cito, «Da morte moral que não invadira só o sentimento, a imaginação, o gosto: invadira

sobretudo a inteligência dos povos peninsulares».

Esse renascer da esperança aconteceu no 25 de Abril. Foram mais de quatro séculos de espera. E foi

enorme esse momento!

Os portugueses ganharam liberdade política. As portuguesas, todas as liberdades que lhes tinham sido

sonegadas. A desigualdade, exposta nas Novas Cartas Portuguesas, ainda não foi completamente eliminada,

mas ninguém desistiu. Somos agora milhões a exigir a igualdade e a estendê-la à exuberante multiplicidade de

identidades emergentes.

São muitos, dentro e fora do País, que ficam surpreendidos com a consolidação da nossa democracia.

Deixámos de estar na cauda dos países da OCDE (Organização de Cooperação e de Desenvolvimento

Económico) e ultrapassámos a média de praticamente todos os seus indicadores de desenvolvimento.

Este sucesso é de todos nós. O que foi conseguido em 30 anos é gigantesco e o Partido Socialista pode

orgulhar-se de ter sido um dos principais obreiros deste processo.

Aplausos do PS.

Na educação, na saúde e na solidariedade, mas também no domínio da investigação e inovação, tanto

tecnológica, como social e cultural, não está tudo feito, é certo. Mas é justo que ao continuarmos a lutar de

forma ambiciosa, inclusiva, responsável e coerente, celebremos o trabalho realizado, até porque a fragilização

das democracias cresce e três quartos da população mundial vive longe dela.