I SÉRIE — NÚMERO 59
24
Quem vos apela a isso mesmo é o filho de um governante na ditadura e no império e que viveu, na que
apelida de sua segunda Pátria, o ocaso tardio e inexorável desse império e que, depois, como Constituinte,
viveu o arranque do novo tempo democrático. Um português de charneira, como milhões de portugueses,
entre duas histórias da mesma História, que, nem por exercer a função que exerce, olvida ou apaga a história
que testemunhou, tal como, nem por ter testemunhado essa história, deixou de ser eleito e reeleito pelos
portugueses, em democracia — a democracia que ajudou a consagrar na Constituição que, há 45 anos, nos
rege.
Que o 25 de Abril viva sempre, como gesto libertador e refundador da história. Que saibamos fazer dessa
nossa história uma lição de presente e de futuro, sem álibis nem omissões, mas sem apoucamentos
injustificados, querendo muito mais e muito melhor.
Não há, nunca houve um Portugal perfeito; como não há, nunca houve um Portugal condenado.
Houve, há e haverá sempre um só Portugal, um Portugal que amamos e do qual nos orgulhamos, além dos
seus claros e escuros, também porque é nosso.
Nós somos esse Portugal.
Viva o 25 de Abril!
Viva Portugal!
Aplausos do PS, do PSD, do CDS-PP (de pé), do BE e do IL, tendo-se levantado o PCP, o PEV e a
Deputada não inscrita Cristina Rodrigues.
O Sr. Presidente da Assembleia da República: — Está encerrada a Sessão Comemorativa do XLVII
Aniversário do 25 de Abril de 1974.
Eram 11 horas e 56 minutos.
Ouviu-se, de novo, o hino nacional, que foi cantado e aplaudido, de pé, pelos presentes na Sala.
Presenças e faltas dos Deputados à reunião plenária.
A DIVISÃO DE REDAÇÃO.