I SÉRIE — NÚMERO 60
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quer em Ferreira do Alentejo, naquilo que é a agricultura intensiva, nomeadamente nos olivais e nos
amendoais.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Secretária de Estado para a Integração e as Migrações, Cláudia Pereira.
A Sr.ª Secretária de Estado para a Integração e as Migrações (Cláudia Pereira): — Sr. Presidente, muito obrigada pela sua questão, Sr.ª Deputada, que incide sobre uma das nossas principais preocupações.
O nosso esforço tem sido sempre o de integrar nas medidas existentes do Governo as preocupações dos
imigrantes. Neste sentido, de facto, a maior parte da população que trabalha na agricultura é população
imigrante e, como disse, e a associação SOLIM tem vindo também a mostrá-lo, há medidas que precisam de
ser melhoradas.
Melhorámos bastante os cursos de língua portuguesa, com o Português Língua de Acolhimento, que irá
começar muito em breve. Abrimos um aviso de 2,2 milhões de euros. Entre as várias medidas há uma
bastante importante: é que a poderão frequentar os imigrantes que têm autorização de residência, bem como
aqueles que começaram já o processo e ainda não a têm ou os que têm o número de segurança social.
Portanto, assim poderemos abrir o leque de escolhas destes imigrantes e dar-lhes redes.
Em segundo lugar, estamos a trabalhar numa abordagem de proximidade com os municípios, entre os
quais Beja, mas também outros municípios no Alentejo e em todo o País, exatamente para haver um maior
envolvimento, bem como com as empresas, para a melhoria das condições.
Em terceiro lugar, os centros locais de apoio ao imigrante do Alto Comissariado para as Migrações são 116
no País, em Beja e também noutros locais, e têm feito um trabalho muito significativo a nível local.
Por exemplo, há centros locais de apoio ao imigrante que vão com os próprios imigrantes que não têm
transporte às delegações regionais, informam-nos sobre as questões da habitação, vão com eles arrendar a
casa. É uma abordagem no local bastante importante.
Quero ainda referir que, com os Srs. Autarcas, em especial com o de Beja, temos trabalhado na estratégia
local de habitação, que poderá melhorar muito tanto a nível de aquisição de habitação como de arrendamento
seguro de habitação para os imigrantes.
Por último, o próprio Alto Comissariado para as Migrações irá descentralizar os seus serviços para Beja e
assim ter uma abordagem mais eficaz com os imigrantes.
Muito obrigada por ter trazido esta questão, Sr.ª Deputada.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Sr.ª Deputada Bebiana Cunha, queira prosseguir.
A Sr.ª Bebiana Cunha (PAN): — Sr. Presidente, Sr.ª Ministra, tenho uma segunda questão, que está no âmbito das suas competências ao nível da promoção da cidadania e da participação dos cidadãos e das
cidadãs e que se prende com um assunto que tem a ver indiretamente consigo, não sem antes o termos
levado à Sr.ª Ministra da Administração Pública e ao Sr. Ministro da Educação.
Passo a contextualizar. Em 2018, o Governo lançou o Orçamento Participativo, ao qual vários cidadãos e
cidadãs se apresentaram mediante o regulamento que estava definido. Outros cidadãos e cidadãs
participaram também por via do voto, mas sabemos que, volvidos três anos, ainda há projetos vencedores
sem resposta do Governo e sem estarem implementados, incumprindo as expectativas em relação a este
processo de participação.
Um desses projetos vencedores é precisamente o Portugal sem Touradas. Assim, gostaria de
contextualizar dizendo que, inicialmente, a Sr.ª Ministra da Administração Pública nos deu nota de que passou
este projeto para a Educação e que, por sua vez, o Sr. Ministro da Educação disse que não iria cumpri-lo
porque não estava nos seus planos. Voltando a questionar a Sr.ª Ministra da Administração Pública,
soubemos então que colocará a execução deste projeto num outro ministério, através de uma pessoa que
ainda não foi oficialmente nomeada, que é a Sr.ª Provedora dos Animais.