I SÉRIE — NÚMERO 69
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A questão levantada pela Sr.ª Deputada Isabel Pires é, de facto, a questão central. O que é que está aqui
em causa, o que precisamos de ultrapassar relativamente ao desporto?
Está aqui em causa tanta coisa! Está em causa o interior, de que tantas vezes se vem aqui falar; está em
causa a vida dos jovens; está em causa o combate a problemas sociais; está em causa a inclusão; está em
causa a saúde, que é um bem de que todos os dias falamos. E parece que isso não é suficiente para motivar
uma ação decidida e que se torne num desígnio nacional, que o desporto passe a ser uma questão central — o
desporto e a cultura, que não podem ser questão de segunda. Esta não é uma questão de segunda, porque
afeta diretamente milhares de portugueses, indiretamente milhões, mas diretamente envolve mais de 700 000
portugueses. Tenhamos ideia desta dimensão, que está ligada ao associativismo, ao movimento associativo, à
organização das populações e, portanto, precisa de ser protegida, acarinhada e não espezinhada como está a
ser.
Como referiu anteriormente, precisamos de ter uma política de saúde que olhe para a saúde não só como
combate à doença mas também como prevenção da doença, como promoção do bem-estar.
Portanto, o desporto tem um papel fundamental. Por isso, é preciso ter em atenção os horários de trabalho,
é preciso que haja equipamentos desportivos, clubes para envolver…
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr.ª Deputada, quando puder acabar, agradeço.
A Sr.ª Alma Rivera (PCP): — Vou terminar, Sr. Presidente. Portanto, para nós o desporto é parte essencial de uma nova política de que o nosso País precisa. Ele precisa
de uma outra política que responda aos anseios mais profundos da população. Nós chamamos-lhe «política
patriótica e de esquerda», exatamente porque põe em primeiro lugar os interesses de milhões de portugueses,
contra os interesses exteriores.
Aplausos do PCP e do PEV.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Vamos passar à terceira declaração política desta tarde, que cabe ao Grupo Parlamentar do CDS-PP.
Para o efeito, tem a palavra o Sr. Deputado João Almeida.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Durante os dois últimos anos de combate à pandemia, o CDS denunciou várias vezes, neste Parlamento, a resposta tardia do Governo,
o facto de ele andar muitas vezes atrás do prejuízo, as hesitações que teve na aplicação de muitas das medidas
e as opções erradas que também tomou.
Obviamente, nesta altura, quando falamos do pós-pandemia, é necessário fazer diferente. Por isso, não
vamos hoje optar por criticar o que está para trás, mas, antes, dizer, em nome do CDS, o que nos parece
essencial no período que vamos viver depois desta situação.
E não vamos hoje falar aqui das grandes obras, da TAP (Transportes Aéreos Portugueses), das alterações
climáticas ou, até, da transição digital. Esses têm sido os principais pontos de debate e, muitas vezes, são
aqueles que interessam ao Governo, mas há muita vida e muita gente para além destes temas, e é preciso olhar
para isso.
É preciso perceber a vantagem de planear para depois poder ter resultados. É preciso perceber a vantagem
de estabelecer prioridades para, efetivamente, ajudar quem mais precisa e é preciso estabelecer objetivos para
que depois possa haver uma avaliação do cumprimento, ou não, desses objetivos.
É por isso que os desafios que temos a partir deste momento devem ser bem conhecidos, bem definidos
para que lhes consigamos responder.
Hoje, em nome do CDS, apresento aqui cinco desafios sociais e cinco desafios económicos do pós-
pandemia.
Nos desafios sociais, devemos começar pela saúde. Devemos perceber que neste momento, quando o
sistema de saúde continua a responder à pandemia, mas já começa a poder responder a outras solicitações, a
recuperação das listas de espera, quer de consultas, quer de cirurgias, tem de ser a prioridade. Não podemos