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I SÉRIE — NÚMERO 75

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que eu — lendo os três eixos de ação de uma espécie de um press release a que tive acesso — e o CDS

estamos de acordo. Há realmente algumas coisas em que estamos de acordo e que são bons pontos de

partida.

Por exemplo, a aposta na leitura e na escrita no 1.º ciclo. Sabemos que é importante — até já sabemos

desde o estudo que ganhou o Prémio Maria de Lourdes Pintasilgo de 2017 — e que aqui reside o início do

insucesso escolar, portanto é importante apostar nestas competências.

Sobre o incremento da gestão flexível de turmas, há muito tempo que temos vindo a falar sobre isso, até

por contraposição à tal política patriótica e de esquerda de que o Sr. Ministro diz que faz parte, uma vez que

essa política pretende a redução do número de alunos por turma.

Permitir que um aluno que reprove a uma ou a mais disciplinas transite de ano e possa frequentar essa

disciplina que vem do ano anterior — sim, estamos de acordo.

Quanto ao desenvolvimento de indicadores e instrumentos destinados à monitorização do plano para

promover informação transparente — sim, estamos de acordo.

Estamos de acordo, mas muitas destas ideias só vão ter impacto a médio ou a longo prazo e, de facto,

para terem esse efeito a longo prazo, deviam estar a começar a ser trabalhadas se não hoje ontem já. E isso

preocupa-me, porque o que não vejo neste plano — e aí, sim, sinto uma lacuna significativa — são as medidas

de urgência, as medidas de emergência.

Quantos alunos dos estudos de diagnóstico, do trabalho nas escolas, estão sinalizados para se saber o

que já têm para trás? Quais as suas dificuldades e em que disciplinas? Se não souber isso, não sei quantos

professores e, sobretudo, que professores é que preciso de contratar para dar apoio.

Quantos alunos regrediram em termos de comportamento, de motivação, de absentismo? Que trabalho de

mediação é preciso fazer já para que eles retomem o ano no início de setembro? Porque é que não há um

trabalho no verão para estes alunos que estão sinalizados como sendo de maior risco? Porque é que não há

um trabalho no início do ano letivo, ainda antes de começarem as aulas em setembro, para que eles possam

começar as aulas não para trás, mas, pelo menos, com as dificuldades reduzidas?

O Sr. Presidente: — Tem de terminar, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Ana Rita Bessa (CDS-PP): — Termino, sim, Sr. Presidente, dizendo que me parece que este é um plano de investimento, mas não é um plano de recuperação e de emergência. Pergunto: onde está a

emergência, para os senhores, na realização deste plano?

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Bebiana Cunha, a quem aproveito para desejar as maiores felicidades, sucessos, êxitos e sorte nesta nova função que vai exercer aqui, no Parlamento, como

líder do Grupo Parlamentar do PAN. Ao mesmo tempo, felicito o PAN pelo seu congresso e respetivos

resultados.

Tem a palavra, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Bebiana Cunha (PAN): — Sr. Presidente, agradeço-lhe duplamente, não só por me passar a palavra mas pelas saudações e felicitações que me endereça a mim em particular e também ao PAN. Cá estaremos

para fazer o nosso trabalho.

Sr. Presidente, Sr. Ministro e respetiva equipa, Sr.as e Srs. Deputados: Começaria por saudar o PCP pelo

agendamento deste tema e por saudar as comunidades educativas, evidentemente, pelo trabalho que têm

desenvolvido de forma árdua e competente, o que parece ser consensual nesta Casa.

Temos dito ao Sr. Ministro, sempre que nos temos encontrado, que esta é, claramente, uma oportunidade

única para reforçar as políticas públicas de educação, para fazer reestruturações fundamentais no caminho

seguido.

Perante o plano que, de forma ainda incipiente, iremos discutir — esperamos que ele possa ser discutido a

posteriori, de forma mais aprofundada —, gostaríamos de trazer duas reflexões. Estamos ainda perante um

plano bastante vago que, por um lado, parece não cair na tentação do «penso fácil», de procurar respostas