8 DE JUNHO DE 2021
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outros, é a abordagem experimental à ciência, a expressão artística, a aproximação ao mundo profissional ou
o desporto — e cada aluno pode construir todo um caminho de sucesso a partir da sua âncora.
O plano de recuperação de aprendizagens aposta nas ferramentas dessa diversidade: no reforço do apoio
à leitura e à escrita, nas estratégias para o Português língua não-materna, no apoio específico à recuperação
das aprendizagens em Matemática, em mais Clubes Ciência Viva na Escola, na educação estética e artística,
na inovação curricular no ensino profissional, associado aos centros de especialização tecnológica, em mais
desporto escolar inserido na comunidade.
E, porque ensinar é importante mas aprender é que é decisivo, importa entender que, em cada turma, há
diferentes potencialidades e diferentes dificuldades, requerendo abordagens em pequenos grupos ou até
individualizadas.
Para isso, reforçam-se as ferramentas de autonomia e flexibilidade das escolas, a gestão flexível das
turmas, das semanas, do calendário escolar e do currículo por ciclos de estudos, bem como a gestão da
distribuição de serviço para ter equipas educativas centradas no aluno, possibilitando a redução do número de
alunos por professor.
E, porque ninguém aprende num tubo de ensaio, importa sublinhar o programa para as competências
sociais e emocionais, reforçando o Apoio Tutorial Específico; o alargamento dos planos de desenvolvimento
pessoal, social e comunitário; o reforço das equipas de educação inclusiva e as estratégias para renovar a
articulação entre a escola e as famílias.
Srs. Deputados, neste plano, o que primeiro impressiona é a grandeza do investimento: 900 milhões de
euros! Trata-se de um investimento sem precedentes na educação, uma aceleração do que tem vindo a ser
feito nos últimos anos, em contraste notório com o último Governo PSD/CDS, que se desculpou com a troica
mas cortou na educação 1200 milhões de euros a mais do que estava previsto no Memorando de
Entendimento.
Aplausos do PS.
Protestos de Deputados do PSD.
Mas há outro investimento até mais significativo: o plano faz uma aposta renovada em confiança nas
escolas e nos professores, porque a educação não é um fato igual para todos.
Quando neva em Trás-os-Montes, não se fecham escolas no Algarve. As escolas terão uma caixa de
ferramentas e terão de escolher as mais apropriadas aos seus alunos e só poderemos ter sucesso nesse
caminho confiando nos profissionais de educação, no seu profissionalismo e dedicação.
Sr. Presidente, Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo, o plano de recuperação de aprendizagens é tão
realista como ambicioso, por uma razão: porque é robusto. Mas o sucesso do País em concretizá-lo vai
depender do contributo de todos — do processo de auscultação alargada que vai continuar e de uma
capacidade de concertação que tem de ser permanentemente exercida, bem como da sua monitorização e
contínua avaliação.
E, porque o País precisa dessa mobilização, não é boa ideia menosprezar aquilo que temos vindo a fazer
nestes anos. A coordenadora do BE reagiu apressadamente ao plano, dizendo que os 3000 professores que já
tinham sido anunciados no início do ano letivo não chegaram às escolas, revelando, assim, falta de rigor. É
que são 3000 professores em ETI (equivalentes a tempo integral), para tutorias e crédito horário, que
reforçaram a atribuição inicial de docentes às escolas antes do início do ano, em agosto, mais cedo do que
alguma vez tinha acontecido.
Aplausos do PS.
Protestos da Deputada do BE Catarina Martins.
Quando a coordenadora do Bloco de Esquerda pergunta «como é que se pode pedir às escolas para
organizarem tudo isto em três meses?», mostra que não percebeu algo essencial: não estamos a começar do