I SÉRIE — NÚMERO 87
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Fico por aqui, Sr. Presidente, porque na ronda que se segue há outros temas que ainda têm ligação à
discussão que estamos a ter.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado João Pinho de Almeida, do CDS-PP.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, Sr. Secretário de Estado, Sr.as e Srs. Deputados: Como já foi aqui referido pelo Sr. Deputado Capoulas Santos, dá-se o caso de estarmos a
discutir as prioridades da Presidência eslovena sem termos tido ainda oportunidade de as discutir com a Sr.ª
Embaixadora da Eslovénia, como é tradição fazermos. No entanto, nós sabemos quais são as prioridades e
sabemos que essas prioridades não são, como o Sr. Ministro aqui disse, isoladas de um programa comum do
trio de presidências Alemanha/Portugal/Eslovénia, que terminará agora e que obviamente virá nesse mesmo
sentido, com nuances que decorrem não só da complementaridade de cada uma dessas presidências mas com
a orientação de cada um dos governos, que é, também ela, especial.
Tenho uma primeira pergunta para colocar, sobre a questão conjuntural da COVID, que será também
acompanhada pela Presidência eslovena, e que já noutra altura fiz ao Sr. Ministro, mas que ainda não está
respondida.
Devido à evolução da pandemia e do que já é possível saber com o efeito da vacinação, para o caso de vir
a ser necessária uma terceira dose relativamente a uma ou a mais vacinas ou uma segunda dose em relação à
vacina que é de dose única, para o caso de aqueles que já tiveram a doença e que tiveram só uma dose da
vacina nesta fase virem a precisar de uma segunda, há ou não há, do ponto de vista europeu, uma previsão de
um processo de aquisição centralizada como aquele que decorreu até agora? E pergunto se essa previsão vai
retirar algumas lições da primeira fase, designadamente quanto à capacidade de resposta dos fornecedores, à
diversidade do número de fornecedores a considerar, à articulação com a Agência Europeia de Medicamentos,
isto é, tudo o que seja possível analisar da primeira fase para se poder aplicar à segunda fase.
Pergunto também como é que a União faz a avaliação do efeito mais ou menos bem-sucedido de ter havido
países dentro da União que, para além de aderirem ao processo simplificado, tiveram processos autónomos, o
que fez com que, por exemplo, no desconfinamento e na reversão de medidas restritivas, tivessem um
andamento diferente de outros países.
Depois, relativamente ao PRR, o Sr. Ministro disse que a lógica é completamente contrária à da troica.
Nalgumas coisas é, e nós saudamos isso. Lembramos que, quando a lógica da troica foi construída ao nível
europeu, era um Governo socialista que governava em Portugal — o Sr. Ministro fazia parte dele —, portanto é
bom que um Governo do mesmo partido, até com alguns protagonistas diferentes, tenha agora uma lógica
diferente, dentro da União Europeia, para a resposta a uma crise. Isso é muito saudável.
Ainda assim, há uma parte que não é verdade.
Disse o Sr. Ministro que agora proporciona-se a cada parlamento escolher qual é o caminho para o seu país.
Nós gostávamos muito que assim fosse e até o reivindicámos. Nós quisemos que o PRR fosse discutido neste
Parlamento antes de ser entregue a Bruxelas. Acontece que não foi. Por isso, o que temos é a possibilidade de
aplaudir ou não o PRR que o Governo apresentou a Bruxelas. Portanto, chegará o dia em que conseguiremos,
para além do direito a aplaudir, ter o direito de discutir, e esse dia, com certeza, será um dia mais feliz para este
Parlamento.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Bebiana Cunha, do PAN.
A Sr.ª Bebiana Cunha (PAN): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, Srs. Secretários de Estado, Sr.as e Srs. Deputados: Ao ouvir a intervenção inicial que o Sr. Ministro fez, em que claramente indicou as prioridades da
Eslovénia nesta Presidência, ficamos um pouco preocupados, precisamente porque há dois temas em particular