I SÉRIE — NÚMERO 10
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Aplausosdo PS.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, reformar, democratizar e modernizar. A liberdade de escolha e de
acesso à profissão é um direito fundamental, constitucionalmente garantido, e o Estado tem mesmo a obrigação
de o assegurar. Deve, portanto, assegurar que se eliminam todas as restrições desproporcionais que impeçam
o seu exercício.
Este grupo parlamentar promoveu mais de 30 audiências com representantes das ordens profissionais,
associações representativas de diferentes profissionais e de estudantes, a que se somam inúmeros contributos
escritos de outras entidades e personalidades.
Há, por isso, seis questões fundamentais relativas ao acesso a estas profissões a que o nosso projeto procura
responder de forma clara. Primeira: devem as ordens profissionais promover estágios que não avaliem nem
dupliquem conteúdos formativos já abordados no ensino superior? Sim.
Segunda: devem as ordens profissionais cobrar taxas adequadas e proporcionais aos candidatos, garantindo
que ninguém, absolutamente ninguém, fica impedido do acesso por razões meramente económicas? Sim.
Terceira: devem as ordens profissionais promover estágios apenas quando estes não fazem parte integrante
da necessária formação académica? Sim.
Quarta: devem as ordens profissionais promover estágios de duração proporcional, razoável e justa?
Também sim.
Quinta: devem as ordens profissionais procurar promover estágios remunerados? Sim.
Sexta: devem as ordens profissionais aceitar o reconhecimento de habilitações obtidas no estrangeiro e que
estão devidamente reconhecidas no nosso País? Sim.
Aplausosdo PS.
Sãoestas as respostas que os portugueses encontram no nosso projeto de lei. Os estágios não podem ser
sinónimo de calvário e têm de continuar a assegurar — como, aliás, muitos reconhecem, e nós também — a
excelente qualidade formativa.
Não abdicaremos de nenhum destes princípios nem cederemos a tentativas de dividir os cidadãos entre
aqueles que já exercem uma profissão autorregulada e aqueles que sonham vir um dia a consegui-lo.
A Sr.ª Ana Catarina Mendonça Mendes (PS): — Muito bem!
A Sr.ª Joana Sá Pereira (PS): — Este combate não se faz em trincheiras, faz-se com todos, e não podemos, mesmo, desperdiçar esta geração.
Aplausosdo PS.
Aoimobilismo respondemos com inovação e progresso; ao corporativismo respondemos com mais liberdade
e independência.
Este é o momento de, coletivamente, travarmos uma batalha que é justa e necessária. Há muito que Portugal
pede e precisa. Pelo desenvolvimento do nosso País, pelo progresso das associações públicas profissionais e
pelos sonhos dos mais jovens, contamos com este Parlamento para dar este passo em frente, absolutamente
certos de que, na especialidade, encontraremos os consensos necessários para garantir o futuro, no caminho
certo.
Aplausosdo PS.
OSr. Presidente:— Tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado Pedro Morais Soares, do Grupo Parlamentar do CDS-PP.