I SÉRIE — NÚMERO 11
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Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem a palavra, para encerrar o debate, a Sr.ª Deputada Diana Ferreira, que dispõe de 2 minutos e 14 segundos.
A Sr.ª Diana Ferreira (PCP): — Sr. Presidente e Srs. Deputados: A Sr.ª Deputada Carla Barros e o Sr. Deputado Pedro Morais Soares falaram também sobre as matérias da concertação social. Srs. Deputados,
permitam-me que diga que a Assembleia da República foi eleita pelo povo português para tomar um conjunto
de decisões, nomeadamente também em relação às matérias da legislação laboral. Não desvalorizamos o papel
da Assembleia da República nesta matéria. Aliás, a Assembleia da República foi eleita, o que, diga-se de
passagem, não aconteceu com a concertação social e, como tal, é também a Assembleia da República que tem
o poder e, naturalmente, também a responsabilidade de se pronunciar sobre matérias e políticas de legislação
laboral.
E, Srs. Deputados Carla Barros e Pedro Morais Soares, por muito que digam, também não apagam as
responsabilidades que o vosso Governo teve no passado, por ter devastado a vida dos trabalhadores, com
cortes nos salários e nos direitos. E lembramos aqui que o projeto de lei que o PCP apresenta contém propostas
que repõem exatamente o valor que os senhores cortaram com as alterações que fizeram ao Código do
Trabalho, em 2012, assim como no remanescente da legislação laboral. Estamos a falar da reposição de direitos
e de rendimentos que os senhores tiraram dos trabalhadores para pôr diretamente no bolso dos patrões e que
entendemos da mais inteira justiça que sejam devolvidos aos trabalhadores.
Sr. Deputado Fernando José, registámos a sua intervenção e as palavras ditas por parte do PS. Importa
também que, na votação de amanhã, os vários grupos parlamentares que aqui se pronunciaram, e que
manifestaram até bastantes preocupações com as condições de vida dos trabalhadores, façam corresponder
essas palavras à aprovação do projeto de lei do PCP. É que estamos a falar de repor direitos que foram cortados
aos trabalhadores, estando estes há sete anos à espera de que esses mesmos direitos sejam repostos. E isto
não por falta de propostas do PCP, porque apresentámo-las nesta Casa várias vezes, mas por falta de vontade
política dos restantes grupos parlamentares.
Insistimos, hoje, na justeza deste projeto de lei que significa a reposição de direitos, a valorização do trabalho
suplementar e também a melhoria das condições de vida de quem vive do seu salário e do seu trabalho.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Concluída a discussão conjunta, na generalidade, dos Projetos de Lei n.os 44/XIV/1.ª (PCP) e 955/XIV/3.ª (BE), passamos à apreciação do Projeto de Resolução n.º 80/XIV/1.ª
(CDS-PP) — Para uma política integrada de natalidade e de valorização da família.
Para a apresentação do projeto de resolução, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Morais Soares.
O Sr. Pedro Morais Soares (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A queda da natalidade é, hoje, reconhecidamente, um dos grandes dilemas a nível nacional. A baixa natalidade e o aumento da esperança
média de vida concorrem decisivamente para o envelhecimento da população e têm criado problemas
transversais que não podemos ignorar.
Portugal regista, atualmente, a quinta taxa de natalidade mais baixa da União Europeia. O problema não é
recente, mas dados recentes confirmam-no. De acordo com os dados preliminares do Censos 2021, Portugal
tem, hoje, menos 200 000 pessoas do que tinha em 2011. No primeiro semestre deste ano, a natalidade atingiu
o valor mais baixo dos últimos 30 anos: nasceram apenas cerca de 37 000 bebés, o valor mais baixo desde
1989.
A nossa continuidade enquanto comunidade, o equilíbrio social da nossa sociedade, a vitalidade da nossa
economia e a solidez financeira do nosso Estado e do nosso modelo social dependem decisivamente da inversão
da tendência da baixa natalidade.