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I SÉRIE — NÚMERO 16

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pagamos um preço da eletricidade dos mais caros em toda a União Europeia! E vem o Sr. Primeiro-Ministro

aqui, a esta Câmara, dizer que saímos desta crise sem austeridade!…

Fala da saúde e acena ao Bloco de Esquerda e ao PCP com verbas para a saúde, mas hoje mesmo, à hora

a que estamos a discutir o Orçamento do Estado, demitem-se médicos nos hospitais em Braga, em Setúbal e

em muitos outros hospitais do País, contra o seu Governo. Se anunciam greves, não é certamente por terem o

melhor orçamento para a saúde, que o senhor tinha prometido aos portugueses.

Sr. Primeiro-Ministro, podem enganar-se algumas pessoas durante algum tempo, pode enganar alguns

parceiros durante algum tempo, mas não pode enganar toda a gente a vida toda!

Protestos doPS.

Está a chegar ao fim e já estão nervosos, mas chega sempre o fim.

Protestos doPS.

Sr. Presidente, peço que me deixem continuar.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Srs. Deputados, criem condições para que o Sr. Deputado se possa fazer ouvir, por favor.

Sr. Deputado, peço-lhe que prossiga, por favor.

Protestos do Deputado do PCP João Oliveira.

O Sr. André Ventura (CH): — Não, o Chega vai chegar em janeiro. Nessa altura é que vai chegar! O Sr. Primeiro-Ministro falou em educação. Como é que pode vir a esta Câmara falar em educação, quando

o seu Orçamento tem um artigo sobre educação — um artigo! Como é que quer dar aos portugueses um sinal

de que efetivamente quer apostar na educação, quando o seu Orçamento tem zero sobre educação?!

Por fim, Sr. Primeiro-Ministro, se este Orçamento fosse tão bom, não havia tanta gente a anunciar greves na

próxima semana e na seguinte e o senhor não tinha os seus parceiros, que querem desesperadamente evitar

que a direita volte ao poder, a «roer-lhe a corda», numa altura tão fatal. E se o seu Orçamento fosse tão bom

na luta contra a corrupção, não tinha vindo o diretor do DCIAP (Departamento Central de Investigação e Ação

Penal), na semana passada, dizer que este Orçamento é um zero para a corrupção e pedir-lhe mais meios,

como o senhor tinha prometido.

Sr. Primeiro-Ministro, a responsabilidade do que vai acontecer amanhã será sua ou da cumplicidade com o

Bloco de Esquerda. Mas há uma coisa que lhe quero dizer: aconteça o que acontecer amanhã, o seu Governo

acabou e não passarão muitos meses até que os portugueses possam escolher outro Governo.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado André Ventura, a propósito de enganos, quero só fazer uma correção ligeira: como sabe, há vários anos, não há cativações no Serviço Nacional de Saúde.

Aplausos do PS.

Quanto ao mais, Sr. Deputado, devo dizer que até achei comovente ver como conseguiu superar, em alegria,

a perspetiva do Dr. Rui Rio e do Dr. Telmo Correia com a hipótese de o Orçamento do Estado vir a ser chumbado.

E a sua alegria demonstra como será um erro enorme chumbar este Orçamento. Será um erro enorme!

Aplausos do PS.

E a razão pela qual a sua alegria consegue bater a do PSD e do CDS é que, apesar de tudo, eles já têm a

experiência de ir a eleições, ganhar e ser Governo. Agora, V. Ex.ª o que ambiciona é fazer na República o que