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I SÉRIE — NÚMERO 27

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O Sr. Presidente: — Tem ainda a palavra, para pedir esclarecimentos, a Sr.ª Deputada Mariana Silva, de Os Verdes.

A Sr.ª Mariana Silva (PEV): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Carlos Pereira, nas últimas semanas, todos ouvimos falar muito de alterações climáticas, dos riscos, para o mundo, de se não se tomarem medidas e durante

quase 10 dias tivemos em Glasgow mais um episódio da novela de promessas e compromissos que, ao fim da

26.ª cimeira, nos trouxeram à difícil situação em que estamos.

Também ouvimos o Governo de Portugal, representado pelo Sr. Ministro do Ambiente e da Ação Climática,

congratular-se com os feitos lusos e assumir a sua parte de compromissos e de objetivos.

Como hoje já foi dito estes compromissos são inadiáveis. O relógio está a contar e é nossa obrigação, de

todos, enquanto decisores políticos, encontrar os caminhos para, no imediato, fazer os ponteiros andar mais

devagar.

Ora, uma das linhas que parecem ganhar força, na lógica da mercantilização do ambiente e das medidas

para a mitigação das alterações climáticas, da criação de novas áreas de negócio, em nome do ambiente ou do

esverdeamento das atividades e marcas, tem sido a da resposta individual a partir da opção isolada,

designadamente na mudança de viatura de cada um, substituindo viaturas movidas a combustíveis fósseis por

viaturas movidas a eletricidade.

A questão que lhe apresento, Sr. Deputado, é se não lhe parece que essa não é a resposta central, mas,

sim, a da substituição do transporte individual pelo coletivo.

É certo que outras medidas para lá das que Os Verdes aqui propõem são necessárias, desde logo, o reforço

do serviço com qualidade e fiabilidade, com o alargamento das redes, entre tantas outras, mas a questão é a

aposta no transporte público, e este projeto é uma iniciativa que vai nessa direção, já que permite a definição

de objetivos e linhas de trabalho imediatas e de curto e médio prazos com impactos muito significativos.

Então, a pergunta que lhe faço é se para lá das palavras de empenhamento e compromisso com o ambiente,

em abstrato, estão disponíveis para estas medidas, em concreto.

Aplausos do PEV e do PCP.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para responder, o Sr. Deputado Carlos Pereira.

O Sr. Carlos Pereira (PS): — Sr. Presidente, antes de mais, muito obrigado aos Srs. Deputados Bruno Dias, Mariana Silva e André Ventura que me fizeram perguntas.

Começo pelo Sr. Deputado Bruno Dias para lhe dizer que, basicamente, assumimos todas as

responsabilidades e não temos vergonha do que fazemos e no que nos empenhamos para que corra bem, como

foi o caso do PART que referi durante a minha intervenção.

Aliás, era bom também que o PCP assumisse as suas responsabilidades seja, por um lado, pelo que fez no

que respeita ao Orçamento do Estado, tendo-o chumbado e com isso impedido abruptamente que, por exemplo,

se reforçasse o PART…

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Já lhe respondo!

O Sr. Carlos Pereira (PS): — Ou impedindo outra coisa muito importante: que se estabilizasse a dívida da CP e se permitisse dar um novo fôlego a uma empresa absolutamente essencial para melhorar os transportes

públicos em Portugal.

Ora, com a atitude do PCP nada disso vai ser concretizado e essa responsabilidade deve ser assumida.

Mas termino, Sr. Deputado, lembrando e sublinhando até que o Sr. Deputado faz parte de um partido que

governou a Câmara Municipal do Barreiro durante 38 anos, que tem transportes públicos, e nunca implementou,

por exemplo, a gratuidade desses transportes públicos.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Contam vocês ou conto eu o que se passou?!