I SÉRIE — NÚMERO 31
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também de professores, a redução muito significativa do rácio alunos/docente entre 2015 e 2020. E isto é-nos
revelado por todos os indicadores.
Hoje, vimos também falar de tudo o que temos feito para a valorização dos profissionais que trabalham na
escola e, principalmente, para a estabilidade da função docente — porque sabemos bem que os docentes, os
professores e os educadores, assumem um papel absolutamente insubstituível na promoção da qualidade da
nossa escola pública —, para a estabilidade dos projetos pedagógicos e para a melhoria da qualidade das
nossas aprendizagens.
Não nos esquecemos quando reduzimos a norma-travão de cinco para três anos, não nos esquecemos como
demos novas e melhores condições para a mobilidade dos professores, o reforço das vagas nos sucessivos
concursos e a redução do número de alunos por turma.
É importante trazer aqui um conjunto de medidas que foram, verdadeiramente, essenciais para que os
professores tivessem cada vez mais condições.
Mas a amnésia da Sr.ª Deputada é a mesma que traz hoje para a arena da defesa dos professores e da
escola pública um grupo parlamentar que, em determinado momento, antes de 2015, gastou 200 milhões de
euros em rescisões de contratos de professores.
Tivemos um Governo que diminuiu o orçamento da educação entre 2011 e 2015, que expulsou milhares e
milhares de docentes da carreira docente e temos o Presidente do Partido Social Democrata que diz que temos
de emagrecer a Administração Pública e, quando perguntado sobre se admite reduzir a Administração Pública,
diz: «Uma vez chegado ao Governo,…» — se alguma vez isso acontecer e se a pessoa for intelectualmente
séria, como diz o Sr. Presidente do PSD que é — «… não tenho outro caminho que não seja fazer isso.» E diz,
ainda, por exemplo, que há professores a mais, o que, infelizmente, significa que temos um problema. Aliás, di-
lo há dois anos, diz que vai atuar nesse sentido, e di-lo sem fazer qualquer estudo ou ter qualquer tipo de
previsão.
E maravilhosa coerência a deste PSD que disse, no passado, de Marçal Grilo e de Maria de Lurdes Rodrigues
o que nem no PSD se diz dos pululantes candidatos a líder do partido.
Gostava de dizer que, hoje, este Grupo Parlamentar do PSD diz de mim o que, então, dizia de Marçal Grilo
e de Maria de Lurdes Rodrigues. Aguardo — digo-o, porque, Sr.ª Deputada, a história, às vezes, arruma as
prateleiras —, com expetativa, o bem que, no futuro, dirá de mim para dizer de outro ou de outra, que estará
aqui neste papel, ainda pior.
O PSD acha que, talvez inspirado na natureza belicosa da sua liderança, quanto pior, melhor.
A Sr.ª Cláudia André (PSD): — Deixe lá o PSD e fale de educação!
O Sr. Ministro da Educação: — Pois, nós cá, Sr.ª Deputada, quero dizer-lhe que quanto melhor, melhor, porque quanto pior, pior.
Protestos da Deputada do PSD Cláudia André.
Já o Bloco de Esquerda conseguiu tudo o que queria. Conseguiu, inclusive, derrubar o Governo que colocou
mais professores nas escolas, que conseguiu que os anos letivos começassem a tempo, que conseguiu mais
computadores e que distribuiu mais computadores do que alguma vez foram distribuídos.
O Bloco, que tantas vezes saudou aquilo de que foi coautor, vem hoje aqui criticar tudo, tentar destruir tudo
e renegar tudo aquilo que também conseguiu. Muito provavelmente, porque o Bloco de Esquerda está distraído
daquilo que conseguiu e está arrependido daquilo que temos, neste momento.
Protestos da Deputada do BE Joana Mortágua.
Nós não ignoramos o que o Bloco diz, mas tem-nos cabido, a nós, construir e há de caber-nos, a nós, Sr.ª
Deputada, olhos nos olhos, continuar a construir.
A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — E sobre a falta de professores?!